terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As minhas preciosidades


A angústia dos últimos dias está a passar.
Já canto no carro de novo e isso é sempre bom sinal.
Sem o apoio das pessoas que, por várias vias, me têem transmitido good vibrations, talvez não fosse possível.
A melhor coisa do mundo está nessa humanidade, que muitas vezes é diferente de pessoa para pessoa... Não precisamos todos de ser meigos e bonzinhos para sermos humanos com alguém. Ás vezes basta uma pequena dose de loucura para nos pôr a rir, uma frase mais dura para nos fazer pensar, um abraço forte para nos sentirmos bem... Não preciso de grandes actos para me sentir bem. Fico muito feliz por perceber que tenho verdadeiras preciosidades à minha volta que à sua maneira me fazem ... bem. Essas preciosidades são os amigos e a família (que também são amigos....).
Este post é dedicado (sem lamechiçes... mesmo com o ácido fólico à mistura...) a todos eles.
Aos dos telefonemas, das mensagens, das visitas, do fornecimento de várias comidas, revistas, séries, plantas que se transformam em flores... Aos que me obrigaram a ver o Noddy e me cantaram a música da "Ilha das Flores", aos que me mimaram até demais.... A todos Um Beijo do tamanho do Mundo!!!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

21 Dedos


De volta à rua. Finalmente saí de casa, depois de 4 longos dias de descanso obrigatório...E como tudo o que é imposto, sem ser por livre vontade, foi a custo que passei tantas horas sem poder saír da cama...
O dia A correu sem sobressaltos... As emoções estavam à flor da pele... Não dormi nada na véspera. Cheguei cedo à fábrica dos bébés (o que eu gosto de chamar á Maternidade Alfredo da Costa) e deparei-me com uma sala de espera com mulheres acompanhadas, que tal como eu estariam ali para o mesmo, a única diferença: a idade. Grande maioria eram mais velhas, com ar cansado de quem não desistira, mas que já passara por muito.
"O exame é de foro invasivo. Tem noção disto, certo? Vai ter de assinar um papel tipo "termo de responsabilidade" "... "Há riscos de 1,5% de poder perder o bébé, mas já deve saber.." Sim, eu já sabia. Claro que sabia. Li muito antes de deste dia e sabia ao que ia.
Antes do dito exame invasivo (vulgo agulha grande espetável na barriga...), fiz a ecografia. E foi uma agradável surpresa encontrar 2 médicos bem-dispostos, que conseguiram arrancar-me umas gargalhadas e esqueçer por momentos tudo o que ia acontecer. Devia ser a décima amniocintese feita nessa manhã por aqueles dois seres e mesmo assim a boa-disposição imperava, assim como a humanidade que muitas vezes pensamos (erradamente!!!) que jamais encontraremos em hospitais públicos. Antes da invasão, a revelação... "Tem as medidas todas normais, tem aqui os rins, a aorta, o coração, muito bem... e já viu tem 21 dedos!!" ... 21 DEDOS? A nervoseira não me deixou raciocinar, mas a imagem falou por si... E foi inchada de orgulho que vi o 21º dedo no ecrã... E isto das emoções tem um poder inimaginável.. A agulha invadiu e eu pouco ou nada senti das duas picadas previstas.
Agora é esperar. Tentar fazê-lo serenamente. Agarrei-me às boas vibrações que aquele momento me trouxe.
Foi o momento do 21º dedo que mais do que qualquer analgésico, calmante ou sonorífero, me trouxe a calma necessária e a felicidade eterna do segundo que valeu por tudo o resto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Nuvenzinha


O dia A aproxima-se...
A de amniocintese... é esse o nome que dão ao exame que vou fazer.
O medo é inevitável, não da dor em si, mas de tudo o que o envolve e do que pode vir a seguir.
Sinto uma nuvenzinha por cima da cabeça... E sinto que mesmo com todos os abraços fortes que tenho recebido virtualmente, telefonicamente, fisicamente, telepaticamente... Mesmo assim ela persiste em ficar...
O medo e a ansiedade estão a ser díficeis de gerir. Mesmo com as histórias e experiências que tenho ouvido... Têem todas finais felizes.
Por muito que tente, sei que vou estar com os olhos marejados de lágrimas e as duas semanas de espera vão ser intermináveis. Saber esperar nunca foi uma virtude minha e desta vez vou ter mesmo de o saber fazer.
A nuvenzinha nunca mais se tranforma em chuva.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

a única receita possível...

e o telefonema chegou..
Depois de algum tempo a tentar distraír-me e a não pensar nisso...
Mais uma vez o meu sentido nº 6 não falhou... Continuo a achar que merecia ter um bocadinho dele dedicado só a adivinhar as estrelas e os nºs do Euromilhões... Mas não... Pelos vistos este sentido não tem qualquer exactidão numérica... é só para as sensações, muito pouco materialista portanto.
e lá veio a voz atrás do telefonema.
Voz rouca e séria, sem saber bem como começar a conversa... talvez com receio de encontrar alguém do outro lado menos preparado ou mais fragilizado..
o conteúdo da voz veio a seguir, sem grandes surpresas... porque o dito sexto já me tinha dado umas pinceladas do que poderia ser...
nada de grave, nada de bom. Apenas um limbo. Uma espera, mais uma dúvida, menos uma certeza (e será que existe alguma nesta existência).
Nada de planos para os próximos dias. Tudo cancelado, e o mínimo de ansiedade (se possível), porque vem aí mais um teste. E este é quase do dos nove (que eu nunca consegui fazer, mesmo com muita persistência, só mesmo a regra três simples...)... Será que depois deste a dúvida se dissipa??
A resposta é sim, a dúvida esvai-se... para o bem ou para o mal.. Respirar fundo. Pensar em coisas boas (como a praia, o mar, o sol quentinho, o pêssego à dentada, e um beijo depois de tudo isto). Ser positiva. Esta para mim é a melhor receita (a única possível).

E assim foi

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Não pode ser bom...


Quando esperamos por alguma coisa, o tempo parece não querer passar.
Olhamos segundo a segundo para o telemóvel que não toca... Tentamos ocupar a mente com outras coisas (em vão)... Escrevemos coisas desinteressantes em blogs... Fazemos de conta que está tudo bem.
Mas não...
Não está tudo bem.
Algo mais forte do que todas as metodologias, truques, malabarismos de distracção, está aí para nos invadir a mente, o espírito e a força anímica.
Estou assim aqui e agora.
Estupidamente à espera de um telefonema... e sem saber muito bem o que aí vem.
Sentindo que não é bom... não pode ser bom... Já tenho alguns anos disto... e sexto sentido nunca me faltou.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Viva os noivos!!

Metade do meu fim de semana foi dedicado ao casamento de uns amigos. A grande maioria das pessoas que eu conheço não gostam de casamentos, acham uma seca e uma perda de tempo... Mas eu confesso que adoro casamentos... Principalmente quando se tratam de amigos que estão a casar... Normalmente emociono-me com a entrada da noiva na Igreja, sei que não abona muito a meu favor...não que tenha vergonha, só porque a maquilhagem vai à vida nos primeiros 30 minutos do dia...
Gosto da festa e do convívio. Acho que faz todo o sentido festejar esse passo. Já o fiz e foi dos dias mais divertidos que tive na vida.
Apesar de saber que se gasta um balúrdio, que é um negócio cheio de pormenores sem sentido, que as pessoas perdem um pouco a cabeça com os €€€, continuo a defender que vale a pena, porque é um dia único e pode ser festejado das mais variadas formas e sem gastar tanto assim.
Neste em particular, diverti-me bastante. Apesar de ter sapato novo no pé, só saí da pista de dança, quando me apercebi que se pulasse mais uma vez deixaria de poder caminhar até ao carro... Foi um dia/noite muito sóbrios, sem alcóol devido à nova condição e sinceramente foi uma agradável surpresa... Percebi que estando sóbria, além de não ter os efeitos nefastos do dia a seguir (eheheheheh), consigo ter conversas interessantes e seguidas sem repetir 357 mil vezes as mesmas palavras, não tenho quaisquer dificuldades em ir à WC sózinha, consigo despedir-me condignamente dos noivos e desejar-lhes uma excelente lua-de-mel... Obviamente que estando com os copos, é tudo bem mais divertido... Mas confesso que gostei desta cena saudávelzita...
Mais uma vez confirmei algumas teorias sobre casamentos e festividades semelhantes: há sempre um dançarino que ao fim da 3ª música já tem a camisa empapada em suor. Chamo a atenção para este tipo de personagem, pois normalmente puxa as pessoas (género feminino) para dançarem e as vítimas arriscam-se a saír do casamento (além do vestido molhado) com uma ou outra distensão muscular. Há sempre uma revelação de loucura - pessoas com idade para serem nossos pais/mães, mas com uma energia acima da média, principalmente quando começa a dar o "I will Survive..." O casal de namorados que acha que pode teletransportar-se para um cenário de Dirty Dancing e dar show... A "brasa entradota e divorciada" que normalmente se transforma em radar ultra-sensorial e que ao final da noite se despede dos empregados... E todos os restantes que já bem bebidos dão largas às suas fantasias mais estranhas, inclusivé tirar fotografias em movimento, a tudo o que mexa, salte ou ameaçe saltar...
Foi um casamento fantástico, muito divertido e com muito para recordar!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sobreviver

Quando trabalhamos em empresas de alguma dimensão, corremos riscos... Tal como em cenários selváticos... Ou mesmo Jurássicos.
Impressionante a variedade de espécimes que encontramos nestes ambientes.
Mesmo depois de algum tempo de frequência, continuamos a ser avassalados com autênticas pérolas da variedade morfológica humanóide...
Há que manter a força interior e sempre que der usarmos a nossa carga animal para nos defendermos... Tudo o que aprendemos quando éramos pequenos sobre .. ética e bons costumes é tanga... Aquela coisa do "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti..." não se aplica e deve ser transformado em "Se te fizerem duas vezes aquilo que não gostas que te façam , à terceira já sabes ... retalia da mesma moeda..." O tempo "perdido" a jogar ao galo nas aulas de Moral podia ter sido gasto a jogar futebol humano, ou então ao Indiana Jones...
E quando falo em espécimes jurássicos, não falo só no T-Rex devorador e carnívoro, falo no Mosquito verde alface que faz um barulho irritante e zumbe nos nossos ouvidos sem haver pesticida ou dum-dum que o aniquile. Há depois o dinossauro herbívoro que passa a vida a ruminar folhas de Àrvore, não faz mal a uma mosca, mas também não sabe bem o que anda a fazer além do que lhe ensinaram desde que nasceu - ruminar...
Trabalhar em grandes empresas é perigoso mas ao mesmo do mais rico que há a nível sócio-cultural.
Aqui como em qualquer outro lugar, desde o moço dos Correios que não tem expressão facial, até ao Chefe que saca altas secreções narigais e faz delas matéria catapultável para o horizonte... todos sem excepção têem uma riqueza natural difícil de ignorar. Darwin ia gostar... Eu ainda vou escrever um livro sobre estas e outras tretas.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Vai ser um daqueles em cheio

2008.
Depois das festas, um regresso diferente... sempre igual mas diferente do que era o ano passado.
A fronteira do 31/12 para o 01/01 faz-se com um salto de uma cadeira, com as mãos cheias de passas, um copo meio tremido de champagne, goelas bem abertas a fazer a contagem decrescente, brinde olhos nos olhos, beijinhos e abraços e figas (se ainda se conseguir tal é o número de coisas que se tem de fazer naqueles 60 segundos)... figas bem feitas para que os próximos 365 dias (neste ano + 1) sejam tão bons como os que passaram... Os mais "certinhos" fazem (não sei como conseguem...) uns momentos de silêncio, digo eu, para pedirem desejos (será?)...nunca consigo... é como quando vemos uma estrela cadente, ou sopramos e trincamos a vela do bolo de anos...nunca me vem nada à ideia... Pelo menos nada de concreto...Só saúde e felicidade. Simples mas sincero, tendo em conta o pouco tempo que temos para emitir a dita prece.
2007 foi bom mas 2008 vai ser melhor.
Há que pensar positivo, enquanto consigo...
Vai ser um ponto de partida para mim. Nada vai ser como dantes (dizem...), a tua vida vai mudar, estás preparada?, entre outras afirmações ameaçadoras de qualquer estado de serenidade.
Como tomei uma decisão practicamente desde que nasci e a tornei no meu lema de vida - viver um dia de cada vez e gozá-lo sempre... Acho que vou ter de continuar a esperar que a minha vida mude de tal forma como o apregoam...
Se fiz tudo o que era suposto naquele último minuto de 2007 (confesso que não comi as passas todas...), só peço saúde e felicidade para mim, para quem está comigo e para quem vem a caminho.