segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Intimos

Estou a ler e a amar.

Leãozinho

o António regressou das suas férias.
Foi um mês e meio de praia, pinhal, relva e piscina.
Cresceu tanto que vou ter de lhe comprar outra cama.
Ontem à noite quando entrou no seu quarto ... disse "quáto!!" e ficou deslumbrado a matar saudades dos brinquedos e dos livros.
Hoje vão estar quase 40º nesta cidade... e ele em casa com a avó.
Espero que corra bem.
É como aprisionar um leãozinho selvagem depois da vida em liberdade.
E o meu coração de mãe leoa (para variar) sempre ansioso!
Enfim... mãe sofre.

Mosquito

Ontem fui atacada por um exército de mosquitos gigantes.
Autênticas metamorfoses biologicas...
Pareciam emergir da relva e picavam com uma subtileza tal que só quando a bela da picadela começava a inchar é que nos apercebíamos da guerra aberta que ali estava!
Mosquitos gigantes, parecidos com melgas.
Silenciosos e subterrâneos...
Hoje, sentada na minha cápsula anti-mosquito, cercada de paredes e platex, respiro ar altamente condicionado e frescamente artificial..
Aqui não há mosquito que resista, só mesmo humanóides e computadores.
Mas as belas das babas estão cá e não me deixam esquecer a condição inferior de humana face à natureza rude, selvática e cruel que existe lá fora...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ginásio

A luta continua.
Ginásio.
7 da manhã.
Tenho a Ally Macbeal num dos ecrãs espalhados pelo ginásio que me salva o coiro quando quase morro em cima da bicicleta... Aos 2 kms já não sei pronunciar o meu nome completo e tudo à minha volta roda...
Sim Ginásio.
Porque tem de ser.
é das tais coisas, estou a aprender a gostar.
Olho à minha volta, depois da bicicleta claro, quando tento levantar uns pesos ... e vejo muitas como eu. Em esforço, e lá estão sempre. Será que vêem todos os dias?- pergunto-me..
A dieta já lá foi.
Mas foi dura e cara.
Agora é manter.
Tentar não engordar.
Sofrer por isso.
Aprender a gostar.
e viver...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Sagres



A última etapa de férias foi neste cantinho. Todos os dias tivémos este postal à janela enquanto preparavamos o jantar. Aqui consegue-se (ainda!) encontrar alguma paz, algum silêncio, alguma beleza selvagem. Felizmente não estivémos nos dias que concidiram com o Festival. Pelos testemunhos que ouvimos não só de pessoas que cá passavam férias, como também de pessoas que vivem cá, a vila torna-se um pequeno inferno!
Escápamos ao caos, mas sentimos uma tremenda invasão barulhenta e confusa de espanhóis.
Na praia, no café, nos bares, nos supemercados... espanhoooooooooiiisssssssssssssssss!!!!!! Aos magotes, em bandos, sempre com os botellons na mão e a música da Shakira no corpinho e no sorriso vitorioso e altamente perturbador.
Sagres é uma vila pacata, com alguma animação nocturna (pouca mas com qualidade!! e sobretudo com óptimo ambiente!), com praias lindas e para todos os gostos (surf, windsurf, aguas calmas, aguas revoltas...), com bons restaurantes. Para Sagres vão pessoas que procuram um bocadinho de tudo, mas sem artefícios, sem pseudo jet's, sem malta silly (*), procuram respirar principalmente, ouvir apenas o barulho do mar, apanhar umas ondas, ler um bom livro na praia, comer bom peixe, beber o melhor mojito à conversa com amigos de chinelo no pé!
Isto é Sagres. Uma vila bem portuguesa, virada para o mar nas suas diversas direcções, onde todos os estrangeiros são bem-vindos desde que respeitem o sítio e quem lá vive!
Nada parece manter-se assim perfeito e temo que se nada for feito, as belas praias de Sagres vão ser cada vez mais acampamentos selváticos de espanhóis que trazem a roulotte e as tendas gigantes e abancam sem que nada os impeça de sujar, fazer ruído, estragar o que ainda temos de tão belo e selvagem.
Li um artigo super realista, talvez até um pouco alarmista, mas que reflecte tudo o que eu vi e senti nesta última semana de férias..
Há que ler e fazer alguma coisa.
Selvagens nas dunas
Clara Ferreira Alves (www.expresso.pt)
0:00 Quinta feira, 19 de Agosto de 2010
Não dou cinco anos ao 'paraíso' da Costa Vicentina.
Já não é um segredo bem guardado. A Costa Vicentina é um dos últimos paraísos na terra. Pode ler-se em qualquer revista, brochura, folheto, guia. O desabrido oeste algarvio, batido pelos salgados ventos do Atlântico e os sopros do sul, que trazem de África a secura do deserto, começa a ser invadido. Invadido não só pelos operadores turísticos que insistem em contar o palmo de terra em "camas", 600 camas para aqui, 300 camas para ali (com a mercê do PIN, a mais sinistra invenção para atacar a paisagem protegida) mas também pelos turistas de caravana e tenda, avatares dos turistas de pé descalço. Em vez da mochila trazem uma casa ambulante, com estendal de roupa, tachos e panelas, mesas e cadeiras, lava-loiças, detergentes, latas e abre-latas, geleiras, garrafões, lençóis, baldes, duches. E trazem os cães. Muitos são alemães, muitos são espanhóis. Alguns ingleses e holandeses.
Percorrem as estradas da Europa naquelas casas de portento e chegam ao último paraíso. Entre a ponta de Sagres e Aljezur, o pedaço de paraíso onde costumo pousar, a praga do caravanismo e do campismo selvagem aumenta todos os anos. Invadem os parques de estacionamento da praia, ocupando dez lugares com a caravana, a mesa e cadeiras, as loiças sujas, as bicicletas, as pranchas de surf e a tralha. Estacionam nos melhores postos da falésia e ali ficam dias a fio, um verão inteiro, tapando o horizonte com as carripanas, bebericando cerveja e vinho ao pôr do sol, comendo latas de conserva e pão de plástico em fatias, trazido dos supermercados dos países onde habitam. Esta espécie de selvagens semeia à sua volta o lixo e a desordem e não gasta um tostão na aldeia ou no país que os acolhe sem cobrar. Os selvagens lavam a loiça na fonte da aldeia, deixando restos de detergente na água, entopem os caminhos e as dunas e nem chegam a conhecer a gente. Não frequentam restaurantes nem compram em lojas. Chegam, acampam, partem.
Os espanhóis são mais ousados do que os alemães e quejandos. Chegam com as litronas de cerveja e montam as tendas na praia, sobretudo nas praias não vigiadas e de difícil caminho, e por ali ficam, libertos de qualquer autoridade que corra com eles. As tendas são tendas beduínas, com metros de comprimento e cheias de comodidades. Uma das tendas serve de bar/restaurante. Vão espalhando o lixo na areia e na vegetação, defecando nas dunas, usando a paisagem como casa de férias. Grátis.
As autoridades portuguesas, com a tradicional bonomia, desorientação e incompetência, remetem umas para as outras a impossibilidade de travar a selvajaria. A polícia diz que não vale a pena multá-los porque eles não pagam e não existe um modo de os fazer pagar. Rasgam o auto. Uns dizem ainda que a lei europeia os impede de multar, uma fórmula inventada para nada fazer. Os da Conservação da Natureza e Biodiversidade, ICNB, chutam o problema para a autarquia e a autoridade, e a autarquia construiu o parque de estacionamento, como se isso a livrasse de responsabilidades. Um parque de estacionamento não é um parque de campismo selvagem. Resumo: ninguém mexe uma palha e Portugal oferece aquilo que qualquer país europeu regulamenta e faz pagar. Nenhum destes caravanistas e campistas ousaria fazer isto num dos parques e lagos da Alemanha ou nos parques de Espanha. Seriam removidos e multados.
Num passeio pelas dunas da praia do Amado verifiquei com os meus olhos os resíduos da selvajaria. Havia meia dúzia de tendas iguais às dos alpinistas, curvadas pela nortada, e duas tendas gigantes. Ao todo, uma vintena de selvagens caminhava por ali, nus ou com fatos de surf. A areia estava cheia de latas, garrafas vazias, restos de comida, sacos de plástico, pacotes de leite vazios, dejetos.
Em compensação, o português que era o concessionário do segundo bar da praia foi corrido do local pelos donos do terreno (privado) e até hoje impedido de assentar arraiais. Deram-lhe um cimo inóspito, junto dos carros, com cheiro a tubo de escape, sem água nem eletricidade, e onde nem um chapéu de sol se aguenta com o vento. Um gerador alimenta a caravana que serve de restaurante de praia, e o que era um bar decente e bem gerido, agradável à vista, abrigado, com comida decente e servido por gente decente, que beneficiava a praia e os que a usam decentemente, tornou-se... uma rulote. Parece que a única solução agradável para as autoridades, tão zelosas em repreender os portugueses e em vergar a espinha aos estrangeiros, foi o caravanismo obrigatório do restaurante.
O Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina está a ser ultimado. Vamos ver quantos anos vai esta região durar antes de chegarem os 'pinados' campos de golfe e os hotéis, as camionetas dos turistas de pacote, substituindo e matando o turismo rural que é o único adequado ao 'paraíso'. Não dou cinco anos ao 'paraíso'.
Texto publicado na edição do Expresso de 14 de agosto de 2010


Férias - correr, correr, correr







Férias - bola bola bola


Férias - as primeiras lições


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Férias - logística

Duas semanas de rabo de molho.
A fazer poças e piscinas, com muralhas e torres.
A ensinar que os bolos que fazemos com os baldes não são para comer... apenas para esmagar com o pé ou com a mão.
A correr pela praia fora atrás de um piolho de calções e fralda de fora.
Mar quente - média 24/25º.
Sol abrasador.
A chamada vida de toldo...
E cansativa também.
Sim porque bikini+pareo+chinelo no pé é coisa do passado.
Agora é mais bikini+pareo+chinelo+sacos com toalhas, calções, fraldas, t-shirts, protectores solares, lancheira com iogurtes e bolachas ( "guguis e batatas" na linguagem do António) na mão esquerda e saco com baldes, pás, forminhas, carros, ancinhos entre outros instrumentos de arremesso e inquestionável utilidade na mão direita...
O que dizer sobre esta pequena alteração logística?
Nada a dizer.
Fui feliz nesta semana de toldo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fui de férias


Já chega de tanto trabalho.


Já chega!!!!!


Basta!


Até daqui a uns dias!


Até ao meu regresso.


Fui... de férias!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A dieta


Houve um dia que olhei-me toda nua em frente ao espelho e fiquei deprimida.

Tremendamente deprimida.

Pensei que passasse.

Julguei que como normalmente acontecia, bastava acabar com os chocolates e com as bolachinhas para a coisa passar e o espelho voltar a ser generoso.

Mas não.

Os trinta não são os novos 20. Essas teorias são óptimas para vender revistas, mas terríveis porque alimentam falsas esperanças.

Os trinta são muito fixes, porque temos mais maturidade do que aos 20, sabemos o que queremos e o que não queremos, temos força para dizer que não e audácia para dizer que sim, temos mais dinheiro e mais dívidas, conduzimos veículos com ar condicionado, podemos comprar roupa sem ser só na Berska, há quem diga que ficamos sexualmente mais activas... enfim... mas como em tudo na vida há um reverso da medalha.. E quando pensamos que basta fazermos o que fazíamos aos 20 para que tudo seja igual...percebemos que não é bem assim.

E foi assim. Com muita força do meu mais-que-tudo, que nestas coisas é sincero por muito que custe ouvir, lá fui, bastante reticente é certo, a uma clínica dessas que proliferam por esse país fora...

Na clínica fui pesada, medida e observada e avaliada. Senti-me uma foca com pneus michelin, mas com força para dar cabo deles. Durante umas semanas portei-me bem e fui perdendo massa gorda e peso... A alimentação? Muita àgua, muitos líquidos, muita proteína, zero hidratos de carbono, zero açúcares, zero tudo o que é bom. Perdi os kilos que queria e ganhei a auto-estima.

Fiquei mais gira e mais feliz. E o melhor de tudo, ganhei novos hábitos alimentares e uma nova e renovada força por me sentir bem por fora e por dentro.

Agora tento manter. E esse é o maior desafio de todos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sou Benfica


Ontem fui ver o Benfas.

Há muito tempo que não o fazia e percebi que facilmente vou querer voltar ao estádio.

O Benfica faz parte da minha vida.

Tenho na alma a chama imensa e confesso que me arrepio desde a unha do pé até à ponta do cabelo, quando ouço aquele hino, quando sinto aquela energia vibrante, quando a Àguia sobrevoa majestosa as milhares de pessoas que aplaudem e vivem como num ritual toda aquela festa mágica do futebol.

Ser do Benfica é ser do povo.

E eu gosto disso.

O Benfica perdeu, mas não faz mal.

Gostei na mesma.

Voltei aos meus 10 anos e à euforia de ver o Glorioso a jogar ali tão perto.

Foi muito bom.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

31


O que dizer?

Ainda tenho 31 e muito para ver e viver, quero acreditar que sim

Tenho 31 e ainda sou surpreendida com festas-surpresa e gestos de amizade dificeis de descrever.

Estou crescida, mas cada vez mais romântica com a vida.

Estou cota, mas continuo a cantarolar músicas espectaculares no carro a caminho do emprego.

Já não sou nova, mas sinto-me bem por dentro e por fora...

O que dizer?

Que tenho plantado as sementes certas?

Que tenho tido sorte com as estações da vida?

Que o sol brilha muitas vezes para mim?

Que sou abençoada com as pessoas que me acompanham?

De tudo um pouco talvez.

E acreditem que agradeço todos os dias por tudo.

Sou feliz e ponto final

A operação

Aconteceu já quase passado 1 mês.
Andei stressada, preocupada, enervada, mas correu bem.
O António pôs tubos nos ouvidos e retirou os agenóides.
Para recuperar audição (que já estava a perder nos dos ouvidos) e também para (tentar) acabar com a série de otites...
Correu bem. Com anestesia geral e tudo...mas correu bem.
E mais uma vez surpreendeu tudo e todos com uma resistência e boa disposição fora de série.
3 dias depois já corria atrás dele nos jardins da Gulbenkian.
O meu filho é uma força da natureza.