sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Choné

Estou farta de chuva, mas super feliz por ser sexta-feira.
E sinto-me uma choné feliz.
Despedi a Leila Louca e contratei uma Ana Portuguesa e legal...
Continuo feliz
Para a semana começa Março e para trás ficam os meses mais aborrecidos do calendário do ano..
Sinto uma esperança e algum optimismo quando os dias começam a ficar maiores.
O inverno não tem dado muitas tréguas, mas está na hora de arrebitar e assoalhar as roupas e o espírito.
Não vale a pena chorar nem ver chover. Há que enfrentar os touros pelos cornos e seguir em frente.
E lembrarmo-nos que de vez em quando sermos chonés e sentimentalões faz todo o sentido para nos sentirmos gente!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Socorro

O António empurra os coleguinhas da sala dele como se fossem obstáculos...
Corre e empurra.
Corre e empurra.
Corre e empurra.
E só faz isto com os do tamanho dele, ficando manso como um cordeiro quando os do bibe verde entram pela sala dele...
Foram as queixas da Vera a Educadora.
E é irrequieto e não ouve o que lhe dizem.
E assim é complicado.
Disse ela.
Eu ouvi.
E pensei nas horas que restam do dia que ele passa em casa. E pensei na televisão que ele teima em desligar, no aparelho da internet que ele mexe sem poder, nas máquinas de secar, lavar que ele continua a querer ligar e desligar... e na energia que ele traz com ele depois de um dia inteiro a correr e a empurrar que o faz querer correr pelos corredores do prédio como se não houvesse amanhã.
E continuo a pensar.
Sem saber bem o que fazer.
São dúvidas de mãe.
E de alguém que tem pavor de crianças mal-educadas e da palavra "hiper-activo".

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

...

Mais um fds.
Mais um Carnaval.
Mascarei o António apenas para a escola... Por enquanto ele ainda não pede para andar sempre mascarado...por isso há que aproveitar estes anos de amnistia!
Foi de índio, mas ao fim do dia quando o fui buscar já não tinha a máscara... Tinha vomitado a sopa... Talvez seja um pronúncio de alguma aversão a esta festividade.
Também me informaram que se recusou a ir no desfile que fizeram pelas salas da creche e quis ficar sózinho na sala a brincar... Acabou por ir à segunda volta, mas sempre a puxar a asa de uma joaninha que andava lá.. Continuo com a teoria da aversão carnavalesca...
Está um frio e uma chuva que não se aguenta.
Foi caseiro o fds.
Mesmo assim estou estranhamente exausta e com uma vontade incrível de dormir.
E tenho tanto para fazer.
bOLAS.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Forrest das Salas de Espera

Tenho pavor de salas de espera.
Sempre odiei com todas as minhas forças esperar horas a fio por uma consulta... Repito uma consulta com hora marcada! Se tem hora marcada por que razão temos de esperar tanto?
Agora ainda tenho mais pavor de salas de espera.
Principalmente porque normalmente tenho um pequeno pirralho comigo que sofre uma grande transformação quando lhe cheira a desinfectante, quando vê salas com pessoas sentadas à espera, balcões com criaturas com headphones à moda da Marta da OK Teleseguro e neste mesmo meio ambiente tem de esperar, pois está claro!, como o comum dos mortais.
É aterrador.
Ele corre ainda mais que o costume.
Chateia-se.
Grita.
Chora.
Entra pelos guichets a dentro e puxa os fios das criaturinhas dos headphones.
Pega no comando da televisão como se fosse dele.
E ignora toda a parefernália de brinquedos, noddys e livros que eu (ainda!!) insisto em carregar comigo...
Transforma-se num pequeno forrest gump dos consultórios, mas muito mais rebelde...
E eu suo, transpiro, maldigo da camisola que levo, que mais valia ir de t-shirt vestida. Largo a mala e a parefernália e corro atrás dele, a pedir desculpa a tudo e a todos, sorriso amarelo nos dentes e vontade de apertar o pirralho... para não dizer outra coisa.
Depois de tudo isto vamos para o consultório e o pirralhinho diabrete, transforma-se repentinamente num menino do coro... A bata branca impõe um certo respeito..
Depois de tanto tempo de espera, de tanto stress, de tanto correr, já não sei quem precisa mais de ser auscultado, se eu se ele...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Sr.Cócó

Entrou uma nova personagem lá em casa.
Chama-se Sr.Cócó.
E entrou a partir do momento em que o António começou a fazer valentes birras para mudar a fralda.
Eram autênticas sessões de bodypump... Tentar pegar nele, fazê-lo deitar-se, agarrar as pernas desenfreadas, o corpo que se torcia e mudar a bela da fralda só com uma mão!! Aposto que nem no Cirque du Soleil fazem isto!
Começámos a pensar que se calhar ele tinha vergonha de fazer cócó e daí esconder-se e fugir quando chegava a hora C...
A minha irmã comentou com uma amiga entendida em cenas de crianças e ela aconselhou-nos a "personificar" o mal-cheiroso, dando-lhe um nome...
E assim ficou o Sr.Cócó. Entidade independente com a situação fiscal e contributiva completamente resolvida. Tem um horário flexível, mas aparece quase sempre após as refeições. O António responde apontando para o meio das pernas quando eu lhe pergunto pelo Sr.Cócó e já não foge... Vamos todos para a WC (eu, o António e o dito cujo) e resolvemos o encontro de uma forma amigável, sem suor nem lágrimas...
Há coisas dos diabos...