quarta-feira, 24 de março de 2010

D.Rosas venham elas

Somos invadidos por histórias de violência na escola.
Os empurrões, as lutas de recreio, os calduços, as chapadas, os arranhões e arrancar cabelo e escalpe, tudo isto foi compilado num pomposo estrangeirismo - bullying...
Sempre houve.
Quem não se lembra de prácticas escolares como a ida ao poste, as lutas entre turmas, os nomes, os palavrões, os insultos, a discriminação, tem graves problemas de amnésia!
A diferença?
Não sei bem porque não conheço a realidade escolar de hoje.
Mas lembro-me da D.Rosa. Uma senhora gigante que metia respeito aos calmeirões mais mal comportados, que tinha uma sala estrategicamente colocada no corredor onde era fácil e recorrente ocorrerem cenas mais violentas e para o qual podiam fugir aqueles e aquelas que sentiam medo, frustração, raiva, fúria e desespero por não se conseguirem defender sózinhos.
A D.Rosa não era da polícia, não era professora, não era directora, nem advogada. Era uma simples contínua que protegia os oprimidos e enfrentava os mais desordeiros.
Pergunto-me se ainda existem D.Rosas nas escolas que permitam que miúdos e miúdas se espanquem entre eles ao ponto de irem parar ao hospital...
Provavelmente as D.Rosas foram substítuidas por gabinetes com psicólogos (que não duvido que façam sentido lá estar ) que pelos motivos óbvios nada podem fazer...
Mais uma vez não entendo.
Sempre gostei de andar na escola.
Só chorei quando entrei para a escola primária porque tinha uma professora que gritava todo o dia e tinha um ar de psicopata que me fazia tremer, vomitar, implorar para não ir à escola... E isto durou até me mudarem de turma e eu voltar a gostar da escola. E gostei sempre.
Talvez porque me sentia segura e protegida. Talvez porque cresci e aprendi com liberdade e responsabilidade. Talvez porque sabia que se pisasse o risco estava tramada, não só porque havia D.Rosas, mas porque tinha que prestar contas em casa...
D.Rosas, venham elas!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Obrigada pai

Hoje é dia do pai.
Hoje é dia e todos os dias são dias.
Pai é pai.
Longe, perto, presente, ausente, participante, alienado, pai é pai.
Faz parte de nós, da nossa estrutura óssea e espiritual.
Para uns pode ser o exemplo a seguir, para outros pode também ser algo que se quer esqueçer.
Sou quem sou porque tenho um pai na minha vida que, além de me ter gerado, passou-me as principais diretrizes do que era suposto ser enquanto pessoa e muitas vezes sem se aperceber ensinou-me a ser alguém com príncipios e valores. O que trago de mais precioso nesta vida e que quero transmitir e passar aos meus filhos, foi ele que me deu e por tudo isso sou uma pessoa feliz.
Obrigada pai por me teres feito assim e por me dares o melhor mapa para atingir o verdadeiro tesouro da vida - ser feliz.