quarta-feira, 20 de maio de 2015

Dá para repetir mas desta vez numa boa?

Os últimos dias, para não dizer semanas, meses, trouxeram demasiada carga negativa... O efeito imediato que as redes sociais proporcionam enchem o fluxo de informações que o nosso dia-a-dia procura... E aliado ao imediato que o caracteriza, vem aquele aspecto perverso da exposição de quem aparece associado a situações quase sempre violentas e de humilhação... Se por um lado achamos e afirmamos que se não houvesse uma câmara por perto as atrocidades não se conheciam e logo acabavam no silêncio e nos terrores psicológicos das respectivas vítimas, por outro este fenômeno deixa-nos sem vontade de ver notícias, de mudar o canal e em última instância começar a fazer tricot...
Há uma inflamação imanente em todo o lado.
E ninguém para apagar o incêndio...
E eu estou cansada de incendiários....
E o amor? Onde anda? E o bright side of Life?? E as coisas boas???
Sem querer a desinformação, precisamos urgentemente que o Benfica ganhe de novo o campeonato... Se fosse possível era repetir tudo de novo ( incluindo o Lopetegui ajoelhar!!) e voltar a fazer a festa. Dá para repetir desta vez sem polícias que "exageram", sem famílias a serem agredidas pela autoridade "excessiva", sem pessoas aparentemente normais a sacarem material alheio, sem garrafas a voar no Marques, sem efeitos especiais!
Dá para repetir tudo mas desta vez numa boa?

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Justiça

Ontem foi dia de festa.
Ontem foi dia de festejar, de vibrar, de sorrir, de apitar e buzinar.
Ontem o Pedro estava feliz, os cuquedos eufóricos, o meu pai a festejar na Nazaré, o meu irmão a dançar com as peixeiras sportinguistas, o primeiro campeonato do baby Francisco...a família toda gosta de futebol...eu própria também.
Ontem o que aconteceu com aquela família podia ter sido com a minha.... E é por isso que me deixa com as entranhas reviradas.. Não é suposto!!!!!!
Hoje não se fala noutra coisa. Não consigo ver a imagem do miúdo em pânico sem ficar com as lágrimas nos olhos, sem pensar que podia ser o João ou o Antonio...Não consigo olhar para o senhor a tentar apaziguar as coisas sem pensar no meu pai ou no meu sogro... Não consigo ver as imagens do pai sem pensar no pai dos meus!
Quero muito acreditar que a criatura que teve aquela atitude violenta e barbara é um caso isolado e que vai ser devidamente punido!
Seja feita justiça por favor.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O caminho da estupidez

Sobre o video que corre os emails e as redes sociais,
O video que eu não vi porque me recuso a ver violência seja ela de que espécie for.
Não me faz falta ver, chegaram-me as palavras de uma amiga que me disse que nem 30 segundos conseguiu ver...
Posso falar e interpretar todo este fenómeno de várias formas.
Posso chegar aqui e dizer que estamos a falar de uma geração completamente desformatada do que é essencial. Miudos que são capazes não só da violência, mas têem qualquer coisa de perverso quando decidem publicar as imagens nas redes sociais..
Posso chegar e dizer que a culpa é dos pais, é da sociedade, é do ritmo das nossas vidas, é dos telemóveis, é da internet, é dos videojogos, é da violência que vemos gratuita e explicita em todo o lado...
De quem é a culpa disto?
Sou mãe de 2 rapazes e como qualquer mãe tenho os meus medos e angústias. Não imagino como seria a minha reacção se me vise envolvida numa situação destas, quer estivesse de um lado ou do outro.
Não consigo ter moral para dizer que a culpa deve ser atribuida a qualquer uma das entidades/pessoas/objectos que mencionei em cima. Mas como mãe gostava que houvesse uma culpa direcionada, identificada. Como mãe gostava de saber identificar rapidamente a culpa para evitar a todo o custo que algum dia isto acontecesse com um dos meus. Infelizmente não nos dão essa fórmula mágica. Educo os miúdos com amor, compreensão, ensino tudo o que devo - o respeito pelo outro, o aceitar das diferenças, aprender a valorizar o que interessa, a importância do carinho, do afecto, do emanar amor... E? Será que chega?
Quem me diz a mim que ambos são suficientemente fortes de espirito para não cederem? Que garantia tenho que um dia para se sentirem integrados não façam eles parte do grupo que oprime? Como vou saber se um deles não sofre um dia algo semelhante e por insegurança, boa educação ou por e simplesmente porque é um contra muitos, não se consegue defender.
Life sucks.
Não há formas de evitar as pedras no caminho.
Tenho imensos medos e dúvidas relacionadas com este tema em particular, principalmente porque sou mãe e logo sou frágil.
Assisti quando era miuda a colegas e amigos a serem alvo de situações humilhantes. Na secundária vi coisas estúpidas que felizmente não passaram disso e não deixaram marcas nas pessoas que conheço.
Não foi nada bonito e se soubesse que um filho meu fomentava ou fazia parte desse tipo de grupeta, as coisas iam azedar em casa. Muito mesmo.
Mas eu estudei na provincial. Não havia grupos. Éramos pouco e naturalmente davamo-nos todos bem. Toda a gente se conhecia, a rede familia escolar amigos era apertada. A estupidez na adolescência não passava disso.
Nas cidades o desafio é maior.
E sei que vou ter um desafio bem maior do que os meus pais tiveram.
Não consigo encontrar culpados nesta história.
Só espero que de alguma forma tudo isto seja julgado de forma justa e edónea. Que estes adolescents não sejam exemplo para a estupidez que é natural nestas idades... Por favor sejam estúpidos e parvos. Mas só isso.
E paizinhos dessa gente que aparece no video façam alguma coisa para direccionar os vossos filhos no alegre caminho da estupidez adolescente... porque claramente já se desviaram há muito dele.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sou um corvo

Acabei de ler um testemunho de um miúdo com uma doença rara.
Foi postado no FB pelo meu marido e foi a primeira coisa que me disse hoje de manhã : "Tens de ler..."
Isto acontece por diversos factores... que podia explicar, mas não o faço.
Apenas digo que depois de ler o testemunho e não precisando de o fazer, tenho de admitir que ser um corvo agoirento não adianta de nada... E garanto que nada tenho contra os corvos, que até gosto deles... Mas às vezes é dificil não ser o velho do restelo.
Juro que adorava conseguir ser o exponencial do positivismo e do optimismo, adorava viver assim iludida (ou talvez não) e cantarolar aos quatro ventos que "every little thing is gonna be alright, baby don't worry about a thing, cause every little coisa vai correr bem.." Acompanham? Isto acompanhado de substâncias naturais fumáveis até podia resultar... mas temporariamente.
Sou um corvo e assumo-o.
Penso sempre nas coisas.
Ponho em perspectiva.
Crio cenários, vários com probabilidades de acontecer.
Sou a verdadeira freak control das expectativas.
E arranjo-as para tudo.
Tenho 35 anos e ainda não morri disto.
Sou uma pessoa feliz e não tomo estupefacientes, e não preciso de comprimidos para dormir,
Não sei o que é meditar... se algum dia me virem a tentar faze-lo, não acreditem... é que não devo estar a meditar, mas sim a pôr em perspectiva armada em corvo.
Não sei o que é isso do mindfulness.
A única forma de esvaziar a cabeça de tudo, seja das estimativas boas e menos boas da vida, é correr como se não tivesse destino. E correr sem olhar para o relógio, com phones e música sempre. O verdadeiro estado de levitação é imaginar que estou a dançar mas de facto estou apenas a correr.
Obrigada Pedro por tentares todos os dias que eu seja mais feliz. Tu consegues, não porque me transformas em alguém tão espectacularmente positivo como tu, mas sim porque me equilibras e tornas este corvo agoirento um bocadinho mais positivo.
O testemunho do Diogo é profundo e deixa qualquer um de nós a pensar na vidinha. Vale a pena agoirar? Vale a pena prever? Vale a pena sofrer por antecipação? A vida é uma roleta russa e se todos soubessemos a ficha vencedora era o fim da macacada.
Leiam aqui:
http://uptolisbonkids.com/2015/05/07/diogo-lopes/




segunda-feira, 4 de maio de 2015

Um dia

decidiu que queria fazer taekwondo.. E começou a frequentar sem sabermos. O professor achou piada, a directora da escola também... Fomos informados já a pratica ia bem avançada.
A semana passada

 assistimos ao vivo...
Um dia decidiu que queria fazer aquilo... Tanta independência que assusta a mais moderna das mães. Onde vais parar meu cuquedo mais novo?
Com tantas certezas?
O teu olhar vê bem longe... E é dos mais brilhantes que já conheci.
Autorização para crescer mas mais devagar, pode ser?
É que só tens 3...


sábado, 25 de abril de 2015

Da liberdade

Sem saber o que representa o oposto. Nasci depois de 74. Cresci com algumas referencias ao 25 de Abril. A familia nao é de esquerda. Na escola os manuais explicavam a data de uma outra forma, bem mais positiva do que o relato da minha avó...
Dizia ela que ficaram fechados em casa com receio dos comunistas.
Seja como for e tentando ser independente de todas estas "heranças" olho para este dia com mixed feelings... Se por um lado sei que houve uma ruptura politica com a ditadura, havendo também uma abertura do país ao mundo, a outras visões da vida, a outras expressões e opiniões... é com alguma tristeza que me apercebo que o tal 25 de Abril, o tal dia de que os manuais falam não passa de um simbolo. Por muitas comemorações que possam existir, elas estão direcionadas apenas para alguns grupos, onde se incluem os grupos sindicalistas, os militantes de esquerda e pouco mais...
Fica bem dizer que o 25 de Abril mudou muita coisa no país e que trouxe a liberdade... aliás hoje em dia ninguém ousa dizer nada que se oponha a isto...
Eu que nunca tive grandes referências ao acontecimento fui ensinada a saber apreciar uma liberdade que não resvale na liberdade do outro. Aprendi que para ter alguma coisa tenho de trabalhar alguma coisa. Aprendi que devo respeitar os mais velhos. Que jamais poderia levantar a voz a um professor. Aprendi a ser poupada, a nao gastar o que nao tenho. Aprendi que a universidade é uma licença para aprender e nunca a garantia de um job para o resto da vida.
Se seria tudo isto caso tivesse nascido e crescido na tal ditadura?
Com os pais que tenho atesto que sim...com a diferença que no tal dia 25 de Abril de 1974 eu teria saído à rua para dar as boas vindas à liberdade!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cumplicidade

Todos os dias cresce a cumplicidade destes três.
Se tivesse poderes mágicos congelava este momento no tempo...
Faz tão bem vê-los assim a crescer desta forma.
Faz tão bem ouvir logo pela manhã um "Adoro o meu pápá! Adoro a minha mãmã!"
Nem tudo são maravilhas nesta aventura eterna de ser mãe/pai..Mas a parte mesmo boa é vê-los crescer felizes e genuinos.
A foto já foi tirada há uns dias, mas espelha bem o que se vive lá em casa. Jogos de bola, jogos de tabuleiro, brincadeiras a dois, piadolas partilhadas, o mais novo que defende o mais velho, o mais velho que tenta ensinar o mais novo.. o idolo e o fã e os papéis que se invertem. A vivência entre irmãos é isto, há momentos terrificos em que parece que não há maior Guerra do que a deles, mas depois tudo passa como nas tempestades e afinal de contas já não conseguem viver um sem o outro.
O papel do pai aqui é fundamental.
Ontem depois de um dia mais ausente, o pai foi recebido em festa já os cuquedos estavam deitados.. Os abraços de euphoria emocionaram-me e levam-me a pensar que por vezes há caminhos que temos de percorrer para chegar a determinados destinos... e que há sempre um lado bom na vida, mesmo que ela nos traga a toda hora desafios que nós contestamos.
Considerações e pensamentos profundos à parte, o que eu quero mesmo dizer é que tenho uma familia maravilhosa, tenho o prazer de assistir a demosntrações de amor genuino entre filhos e pai e que para mim não há forma melhor de terminar o dia do que receber tudo isto e saber que tudo isto faz parte de mim.



quinta-feira, 16 de abril de 2015

I call it magic..

Sempre que nasce um bébé a magia acontece.
Podia ser um spot publicitário.
Podia ser uma frase gravada nas paredes das maternidades.
Podia ser o titulo de uma canção de embalar.
Quando um bébé nasce, a casa enche-se de sons e de perfumes novos. Não vamos falar da parte menos boa, das noites mal dormidas, das cólicas, das mazelas...
Este post quer-se feito e escrito com magia.
No dia em que chegámos do Brasil fomos recebidos com a melhor notícia de todas - o nascimento do Francisco. Nesse mesmo dia e depois de umas férias fabulosas rodeada de amor, fui abençoada com esta magia que é o nascimento de um bébé, pude pegar nele ao colo, sentir aquela respiração tão suave mas já tão ritmada.
A história deste bébé é especial.
Tão especial que emociona.
Tão sagrada que as palavras podiam ser poucas para serem fieis ao valor de toda a história e dos seus principais intervenientes.
A história do Francisco teve o melhor desfecho de todos. Eu acredito cada vez mais que o amor vence barreiras, muitas vezes daquelas que se dizem cientificas e à prova de tudo. A cada dia que passa sou mais crente na força humana, que tem muitas vezes (mais do que possamos esperar) aquele "pó de fada" que é invisivel aos olhos e só ganha cor nos corações de quem ama.
Estou inspirada? Lamechas? Com discurso pouco claro?
Talvez...
I call it magic.

5 horas

Quando tres pessoas que nao se veem há alguns meses se juntam á mesa, falam durante 5 horas e a sensaçao que fica é como se esta conversa longa acontecesse numa base diaria e como se todos os dias aquelas tres pessoas se juntassem ali ou em qualquer outro sitio, porque o que mais importa é a dinamica da coisa...quando isto acontece podemos estar a assistir a uma quase irmandade...Eu prefiro chamar-lhe de amizade pura..Falta uma para completar o ramalhete que havia e esta ausência é sempre lembrada na média de 5 horas de conversa que terminam invariavelmente com os empregados do restaurante a implorarem com o olhar para que haja um desfecho para tanto tricotar.
3 amigas de infancia que cresceram juntas com as borbulhas dos 14 anos, as primeiras saidas aos 15, com os desafios da vida aos 30's...Hajam mais 5 horas por favor e com mais frequencia pois a pergunta que se impõe é apenas uma : como é que conseguimos estar tanto tempo sem nos vermos?

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Viajar com miúdos - challenge

Viajar com crianças é o verdadeiro desafio.
E começa primeiro na escolha do destino que nos deixa sempre com algumas limitações, por vezes vistas por outras culturas como excesso de zelo e de preocupação. Não é novidade para ninguém que em Portugal (e julgo que em grande parte dos países do sul da Europa) os pais e mães são menos descontraídos no que ao bem-estar dos filhos diz respeito. As pessoas do norte da Europa são tipicamente mais relaxadas em levar os filhos para todo o lado, seja a Australia ou o Peru... vão atrás e acabou. Seja com mochila às costas ou para hotel de cinco estrelas. O que interessa é ir e no concerns!
Pois eu faço parte da forma chicken-tuga de ser... e qualquer viagem com cariz de Aventura já me traz noites mal dormidas e preocupações de maior.
Por isso riscámos Panamá da lista... e outros países da América Central e do Sul que tanto queremos visitar.
É deixar crescer mais um bocadinho... para ver se a mala de medicação diminui de volume.. Se para o Brasil já foi o que foi, nem imagino como seria se fôssemos para o meio da floresta tropical.
Viajar com miúdos tem tanto de desafiante como de compensador. As horas de voo e de espera nos aeroportos são facilmente ultrapassadas com o facto de perceberemos e sentirmos o quanto foi bom para eles aterrar nm outro país, sentirem outro clima, outras temperaturas, perceberem outras formas de falar o português, saborearem outras comidas e outros sabores, sentirem a tristeza de um adeus a um amigo que conheceram. A partilha de tudo isto, os sorrisos e aqule brilhozinho nos olhos valem tanto.. Daqui a uns anos poderá fazer parte de uma lembrança vaga nas suas cabeças... mas vai ser objecto de muitas conversas e recordações. Das boas.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Dos livros

e da companhia que eles representam na minha vida..
Não conseguem ser destronados nem por tablets, nem por ipads, nem por smart coisas desta vida.
O que eu adoro mais nos livros... o cheiro das folhas.
A imagem de os ver em cima da minha mesa de cabeçeira, muitas vezes empilhados, porque até gosto de os ter aos trios...
Desde pequena que amo de paixão este acto de silêncio e de imaginação.
Os cuquedos todos os dias teem direito à leitura de uma ou duas histórias antes de dormir. E quando me vêem a ler os meus livros ficam muito curiosos com o facto de eu não ler em voz alta, como faço quando estou a ler para eles as suas histórias.. "Mãe mas tu não estás a ler!!! Não falas?!!!"
Descobri à pouco tempo a escrita do Jose Luis Peixoto.
Adorei as Galveias..
e estou a adorar este...para quem gosta do género aconselho vivamente.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Brasil

Escrevo antes que o resto dos dias varram as memórias da semana fabulosa que passámos no Brasil.
Fomos numa grande viagem a 4. O primeiro teste de voo longo para os miúdos correu inesperadamente bem.
O país, apesar de diametralmente diferente do que encontrámos há uns anos atrás numa viagem ao Rio, não nos deixou ficar mal. As pessoas e o calor que conforta, que nos deixa numa boa, continuam intocáveis. As praias, as paisagens, a água do mar quente e revolta, os sabores das frutas do café da manhã ... isso continua deliciosamente igual.
E ainda bem.
Os cuquedos ficaram fãs do Brasil, com vontade de voltar. Fizeram amigos de quem se vão recorder muitas vezes (quem sabe se não vêem fazer uma visita a Portugal?), jogaram peladinha à séria em jogos brasil/Portugal contra o uruguai... qual Copa Mundo. Fizeram-nos assistir a todos os shows musicais do Hotel e comer sorvetes Zeca a toda a hora.
Foi tão boa esta viagem que aé deu direito a corridas gostosas na praia logo pelas 6 da manhã, quando o sol já aquecia e bem!
Antes que a loucura dos dias que correm sem parar e sem dar tréguas me apaguem da memória tão boas recordações... ficam as fotos entre centenas para mais tarde recordar.

segunda-feira, 23 de março de 2015

A emoção de correr

Ontem cumpri mais uma etapa.
Fiz a minha primeira meia maratona oficial.
Correr tem tudo de fisico, de dor e de superação.
Mas a cada km percorrido e a cada prova que se aproxima, o racional e o pace que o garmin calcula começa a ser acompanhado com a emoção, com um pouco de loucura e até com alguma espiritualidade.
Estive inscrita na meia ou pensava eu que estava inscrita na meia desde o inicio do ano. Na quinta feira recebi um mail do grupo ao qual pertencia que tinham existido problemas e que já não tinhamos os dorsais garantidos. Fiquei arrasada. A prova que eu esperava fazer há tanto tempo a escapar-me por entre os dedos, por questões burocráticas...
Não dormi bem nessa noite, sonhei com a prova, com a partida, com a chegada e com o durante.
No dia seguinte uma amiga conseguiu-me um dorsal em nome de outra pessoa, mas que se lixe, o que interessava era ir!! (ponderei até ir com um dorsal falseado)
E no meio de todas estas incertezas e reviravoltas fui. Sem a minha companheira de corridas, por motivos de lesão... Fui, com um nervoso miudinho que me tirou horas de sono, mas fui.
E foi duro, durissimo.
Imenso calor e imensa gente. Não consegui usufruir da passagem na ponte como eu tanto desejava, porque estava mais focada em não ser albarroada por alguém e não tirar os olhos do caminho!
Estava a bom ritmo até ao km 13 quando as pernas começaram a ceder e o calor extenuante me deixou literalmente sem chão! Quebra de tensão, falta de açucar, desidratação... Qualquer origem pode ser válida. Fiz tudo o que consegui para evitar, bebi agua em todos os pontos, tomei o gel energético, molhei a cara, a cabeça, o pescoço... Perdi uns bons minutos neste impasse e foi doloroso recomeçar e enfrentar o que ainda faltava para terminar..
Foi uma estreia com suor, sangue (sim pés ensaguentados no fim) e lágrimas (de alegria) quando terminei! Dei por mim a falar sózinha nesta parte final, a murmurar em surdina
"aguenta-te aguenta-te...!!).
Se isto da corrida não é para todos.. seguramente que não... E tem mais de espiritualidade do que um relógio garmin pode mostrar!

p.s. este blog está a tornar-se um blog de corrida... mas não é!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

20 kms

Ontem foi o dia da quase meia maratona.
Foram 20 kms em Cascais e soube a MARATONA quando passei a meta, 2 horas e 13 minutos depois de ter começado.
O dia começou cedo, com pouquissimas horas de sono, num misto de excitação, pavor e preocupação em fazer tudo tal e qual como me recomendaram os mestres desta coisa de correr.. Comer 3 horas antes do começo, para não ir com o estômago cheio, 2 bananas, 2 torradas com compota e um prato com massa cozida. Ter tudo pronto na mochila, sem esquecer o dorsal e o chip para pôr nos ténis. E estar a postos.
Chovia quando começou, céu cinzento e à volta os meus olhos só viam malta com pinta de "corredor"... Atléticos, todos equipados, antes da corrida já andavam a aquecer pelas ruas de Cascais..
O começo não custou, os primeiros 6 kms voaram sem que desse conta, o vento começou aos 8 kms, quando já tinhamos mar do lado esquerdo e o Guincho na linha do horizonte. Aos 10 kms pensei que faltavam mais dez.. faltava metade e isso deixa qualquer pessoa à beira do colapso nervosO. Valeu-me a música que ouvia e a companhia (responsável em parte por estar a escrever sobre corridas, a minha companheira de corridas e que vai um dia cumprir o sonho de cortar a meta de uma maratona comigo!!)... Se fosse sózinha não desistia, mas ia ser bem mais penoso. Aos 16 kms, um arrepio na espinha, e as pernas a falharem... dores nos ossos, dores nos pés (pensei que sangrassem, mas foi só em pensamento..), dores no pescoço, no cabelo, olhos a arder com o sal da cara... O chamado muro psicológico. Dei cabo dele, molhei a cara com a garrafa de agua, tomei mais um gel (açucar puro em forma de gel...horrível mas faz milagres) e continuei... Já só faltavam 4...
E a meta!!! O fim!! Foram os meus primeiros 20. E teve tudo de bom, porque acabei e aqui estou eu pronta para outra... Agora a meia-maratona à séria, porque esta só teve direito a 20kms.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Run and Dance like nobody's watching

Sábado fui correr de manhã.
Estava um frio de rachar - provavelmente a vez em que corri com mais frio.
Não cheguei a aquecer as mãos.
Percebo o que me faz bem ir, só com os phones, quando dou por mim a querer dançar enquanto corro.
Se alguém um dia me vir a fazer figura, nada de gozar, façam-me companhia pelo vosso bem!

https://www.youtube.com/watch?v=FKapNKOnhZU

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Jurassic Park

O T-rex desapareceu esta noite. Foi um rodopio ontem antes do banho, porque o mais "fóte" de todos tinha sido raptado pela anaconda, porque a cobra pitão também anda aí... e a anaconda "conxeguiu" apanhar o t-Rex primeiro, por isso "venxeu" as lutas.
Ontem só houve banho com os outros dinossauros (que ainda não sei o nome...), pois o T-Rex estava em parte incerta.
E a noite foi passada com o Treceratops Azul (que tem olhos assustadoramente encarnados).
Agora a panca lá em casa é bichos, jurássicos ou não..
O que interessa é que tenham dentes, garras e sejam fortes para as lutas...
E a pergunta impera - quem é o mais "fóte"? O T-rex ou o tubarão branco?
Acho que é hoje que vão ver o Jurassic Park.


I hate mondays

Hoje segunda feira queria uma cama só para mim.
É pedir muito?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Mãe de rapazes

Não deixo de sentir um certo alívio por ter filhos rapazes.
Confesso que sou uma verdadeira fã de rapazes, apesar de por vezes entrar em desespero com tanta brutidade, com tanta bola chutada, com tanta desarrumação, com tanta competição, com tantos cromos de futebol e monstros em forma autocolante... por breves e ilusórios momentos apetece-me ver princesas bailarinas e póneis com cheiro a morango em vez de dinossauros de olhos vermelhos, carros artilhados a pilhas e bolas de futebol... Mas isto vai e vem a espaços e quando passa a noticia dos concertos da Violetta na televisão, respiro fundo, aleijo-me em mais um lego espalhado pela sala e dou por mim a abraçar um camião do Faísca Macqueen.
Um bem-haja aos progenitores de meninas. Sorte e saúde mental é tudo o que vos desejo.

Conversa do cócó

João na sanita.
"Mãeeeeeeee shenta-te aqui ao pé de mim...para confexar."
Já estou preparada para esta conversa. O João ao contrário do irmão que não abdica da sua privacidade para fazer o number 2, adora bater papo quando está em pleno acto...
João - "Shabes mãe.... tenho 4 namoradas na escola."
Eu - "Sim já me disseste. Como consegues essa proeza?" (a rir-me que nem uma perdida com a cara séria com que ele afirma estas pérolas
João - Shão as Ineses... mas a minha pafarida é a Maria Inês B. (por motivos de privacidade não coloco o nome completo!)
Eu - Então porquê? Gostas mais dela do que das outras?
João - É a mais gira mãe.
Eu - Ok...
João - E eu também sou o mais giro shabes?
Eu - A sério? Quem te disse isso? (Falta de confiança é coisa que não existe...)
João - Shei eu. Shou o mais grande e o mais bom.

... A conversa terminou porque entretanto o rapaz terminou o que estava a fazer na sanita.
Muitos psicólogos/psiquiatras podiam adoptar estas terapias das conversas da sanita (ou do cócó) para as suas sessões...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Serve the City

Há muito que não participava numa acção de voluntariado desta envergadura.
Pela empresa onde trabalho, 60 voluntarios (eu incluida)foram servir um jantar quente a cerca de 120 pessoas carenciadas que vivem na nossa cidade.
Foram 5 horas em que o objectivo não era simplesmente pôr um prato de comida à frente de alguém... era bem mais nobre que isso. Pretendia-se criar um laço, dialogar, ouvir, olhar, sorrir, fazer sentir que estas pessoas também são pessoas e que a humanidade é de facto atingida quando recebemos e sentimos esta dignidade.
Foram 5 horas intensas, de algumas (fortes) emoções... Desde a familia que vem toda ao jantar e traz um miúdo pequeno, desde as pessoas de mais idade que estão sózinhas por que foram deixadas pelas familias, desde o senhor que fazia anos mas não sabia ao certo a idade e era a primeira vez que soprava uma vela...
Houve de tudo um pouco e muito trabalho físico que de certa forma aliviava a carga emocional que se sentia.
Adorei participar, mas ao contrário do voluntariado que fiz durante alguns anos com crianças, trouxe uma sensação desconfortável para casa...porque com as crianças havia sempre uma esperança ao fundo do túnel, sendo crianças e tendo a vida toda pela frente havia a hipótese de dar a volta, de controlar o destino, de haver um final feliz! Nestes casos, estas acções que são extremamente válidas, e há que realçar o papel fabuloso dos voluntarios desta associação que fazem um trabalho de acompanhamento espectacular junto destas pessoas mais carenciadas, a sensação e a conclusão partilhada com alguns colegas é que ....são momentos bons que estamos a proporcionar mas ficamos com uma leve frustração pois sabemos que não resolvemos...
Independentemente da não resolução do problema, foi muito enriquecedor participar numa acção destas.
http://www.servethecity.pt/

Free Pass

Depois de dias de gripe, alguns de cama/sofa efectivos, e ainda com uma tosse cavernosa que deixa qualquer trausente que passe perto a pensar se deva ou não mudar de passeio... estou oficialmente farta deste mês de Janeiro.
Como já tinha ditto e repito, odeio principios... e o mês de Janeiro (que já vai longo) é a materialização deste meu pequeno desagrado. É o primeiro, é suposto virmos carregadinhos de ideias frescas e resoluções miraculosas, é sempre o mês mais frio do ano em Lx, os bichos da gripe entram e saem lá de casa como se tivessem um FREE PASS, acaba-se com o mel em três tempos, fico farta do meu tom pálido de pele, fico farta da roupa e não encontro nada de jeito nos saldos!!!! (drama!!!)
O que me deixa um bocadinho menos triste é quu faltam poucos dias para terminar a carga psicológica do Janeiro.
Hoje e talvez por estar ainda com os bichos do FREE PASS (os tais a que chamam GRIPE), estou fartinha disto.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pudor

Perdoem-me as mentes mais abertas que eventualmente possam vir para a este centro de confissões (por vezes meio esquizofrenicas), mas aproveito para dizer que tenho problemas de intimidade nos balneários em geral, não que frequente mmuitos, mas mais propriamente nos balneários do ginásio.
Dou por mim a despir-me a vestir-me como se fosse apanhar um comboio, sou mais rápida que uma lebre a secar-me com a toalha, a vestir roupas mais dificeis, a apertar os fechos mais chatos... Passo seguramente por antipática porque desvio o olhar de tudo o que passa... e isto porquê??? Porque não me apetece ver corpos desnudos a passear e a chinelar com a toalha ao pescoço, como se estivéssemos ali na colina do sol. NÃO!! Não quero saber de nada disso! NÃO!!! Não quero falar sobre cenas do dia-a-dia quando estou como vim ao mundo!
Tenho alguns traumas de juventude confesso... quando andava no andebol e tinha de levar com alguma colegas de equipa de perna alçada a fumar um cigarro e a falar sobre rapazes, isto em pleno balneario antes e depois dos treinos.
Se algum dia alguém num qualquer balneario feminino de um qualquer ginásio, avistar uma criatura a vestir-se de toalha enrolada de uma forma mais ou menos acelerada e frenética, podem crer que posso ser eu em todo o meu esplendor... e muita dose de pudor.

A beleza de ter 2

Sabes que tens dois filhos diametralmente diferentes quando ambos furam o esquema para andar em actividades extra-curriculares sem darem cavaco a ninguém (e este pormenor é a parte que eles comungam do código genético):
- um começa a frequentar as aulas de expressão plastica porque diz ele que gosta de pintar (na verdade verdadinha é porque andam lá as miúdas giras da turma..)
- outro fura o esquema e começa a ir às aulas de Taekwondo porque diz abertamente que os amiguinhos também andam (verdade verdadinha não anda nenhum amiguinho, ele vai porque gosta mesmo é de andar a dar pontapés na atmosfera!)

Continuo tramada, certo?

A competitividade nasceu com o homem

Percebes que o significado da concorrência e da competitividade se encontra facilmente no género masculino, quando tens 2 filhos que todos os dias comentam quantas namoradas têem na escola (entretanto o mais novo diz que tem 3 e o mais velho ainda só conseguiu ter 2!) e quantas festas de aniversário têem nas próximas semanas (mais novo ganha novamente com 2 e o mais velho com 1).. Ao ponto do mais velho implorer para ir a uma das festas de miúdos bem mais novos que ele, só para ficar empatado e assim ser mais justo para todos (his words...).
Estou tramada certo?

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Ontem fui correr ao fim do dia. Chovia e fazia vento, já estava escuro e o tudo o que me apetecia verdadeiramente era ir para casa, calçar as pantufas e ficar quieta. Mas contrariei tudo isso e fui. Razões? Motivações? Muitas perguntas e poucas respostas. Acho que alguma teimosia minha e também (talvez ...) um gosto/prazer que se adquire nisto de se começar a fazer desporto. Seja corrida, running, jogging ou caminhada, o gozo que se retira em 45 minutos em que o que se faz é arrancar, controlar a respiração, aguentar as dores nas pernas, o calor da roupa que se trouxe a mais, a chuva que molha a cara e deixa a maquilhagem dos olhos a escorrer, encharcar os pés nas poças, tentar puxar pelo corpinho a meio do km 2 até ao km 6 e depois alongar alongar alongar... Dito assim parece muito pouco divertido e até masoquista Às tantas.. Mas tenho de confessar que o prazer de terminar viva e com vontade de voltar a repetir a dose é o único segredo que posso garantir que me faz continuar. Há quem diga que estou viciada e que o corpo pede isto, há quem diga que já sabe quando eu não corro durante 2/3 dias pois fico com um feitio de cão, eu não sei dizer se é vicio, se é gosto adquirido, se é a confiança que conquistei ao ultrapassar cada barreira, cada km, cada segundo que vou conseguindo reduzir à media... Só sei que adoro isto... tenho pena de não ter começado mais cedo, mais nova, mas que se lixe a comiseração, agora ningém me pára!
E posso atestar que é a melhor receita para tudo! Para a auto-estima, para o mau feitio, para a pele, para o cabelo, para o raciocinio, para a falta de pachorra, para o tédio, para o stress.
Mexam essas pernas, saiam da vossa zoma de conforto (do sofa, da cama, da cadeira do escritório) e vão!!! Só custa isto e depois é prazer garantido!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Odeio principios

Estamos já em Janeiro.
Passaram as férias de Natal, as jantaradas, os presentes, as reuniões com a família, aquele tempo bom que passa tão rápido que sempre que chega ao fim fico com aquele amargo na boca.
Aproveito este post para dizer que foi bom o Natal pelos motivos certos. Passei-o com as pessoas que mais amo nesta vida.
Aproveito ainda para dizer que foi bom o revelhão deste ano. Divertido e louco como há muito não tinha sido... e se o ano for assim vai ser bom.
Aproveito ainda para dizer que não gosto particularmente deste ínicio de tudo, até porque não faço listas de resoluções de ano novo, estou sempre com a sensação que me falta açucar no sangue, tenho mais sono que o habitual e talvez por sentir que meio mundo anda entusiasmado com as novidades que querem implementar nas suas rotinas, dou por mim a virar as costas e a dormir só mais um bocadinho.
Aproveito também para afirmar que não sou Charlie e que estou francamente assustada com as proporções que esta barbárie vai tomar... sim porque isto não vai ficar por aqui e infelizmente foi aberto um perigoso precedente que ameaça o que achamos ser tão natural como ter sede, sermos livres e vivermos em paz.
Como primeiro post de 2015 e sem quaisquer resoluções de ano novo, vou apenas dizer que vou tentar continuar a ser feliz.