quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Mãe de rapazes

Não deixo de sentir um certo alívio por ter filhos rapazes.
Confesso que sou uma verdadeira fã de rapazes, apesar de por vezes entrar em desespero com tanta brutidade, com tanta bola chutada, com tanta desarrumação, com tanta competição, com tantos cromos de futebol e monstros em forma autocolante... por breves e ilusórios momentos apetece-me ver princesas bailarinas e póneis com cheiro a morango em vez de dinossauros de olhos vermelhos, carros artilhados a pilhas e bolas de futebol... Mas isto vai e vem a espaços e quando passa a noticia dos concertos da Violetta na televisão, respiro fundo, aleijo-me em mais um lego espalhado pela sala e dou por mim a abraçar um camião do Faísca Macqueen.
Um bem-haja aos progenitores de meninas. Sorte e saúde mental é tudo o que vos desejo.

Conversa do cócó

João na sanita.
"Mãeeeeeeee shenta-te aqui ao pé de mim...para confexar."
Já estou preparada para esta conversa. O João ao contrário do irmão que não abdica da sua privacidade para fazer o number 2, adora bater papo quando está em pleno acto...
João - "Shabes mãe.... tenho 4 namoradas na escola."
Eu - "Sim já me disseste. Como consegues essa proeza?" (a rir-me que nem uma perdida com a cara séria com que ele afirma estas pérolas
João - Shão as Ineses... mas a minha pafarida é a Maria Inês B. (por motivos de privacidade não coloco o nome completo!)
Eu - Então porquê? Gostas mais dela do que das outras?
João - É a mais gira mãe.
Eu - Ok...
João - E eu também sou o mais giro shabes?
Eu - A sério? Quem te disse isso? (Falta de confiança é coisa que não existe...)
João - Shei eu. Shou o mais grande e o mais bom.

... A conversa terminou porque entretanto o rapaz terminou o que estava a fazer na sanita.
Muitos psicólogos/psiquiatras podiam adoptar estas terapias das conversas da sanita (ou do cócó) para as suas sessões...

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Serve the City

Há muito que não participava numa acção de voluntariado desta envergadura.
Pela empresa onde trabalho, 60 voluntarios (eu incluida)foram servir um jantar quente a cerca de 120 pessoas carenciadas que vivem na nossa cidade.
Foram 5 horas em que o objectivo não era simplesmente pôr um prato de comida à frente de alguém... era bem mais nobre que isso. Pretendia-se criar um laço, dialogar, ouvir, olhar, sorrir, fazer sentir que estas pessoas também são pessoas e que a humanidade é de facto atingida quando recebemos e sentimos esta dignidade.
Foram 5 horas intensas, de algumas (fortes) emoções... Desde a familia que vem toda ao jantar e traz um miúdo pequeno, desde as pessoas de mais idade que estão sózinhas por que foram deixadas pelas familias, desde o senhor que fazia anos mas não sabia ao certo a idade e era a primeira vez que soprava uma vela...
Houve de tudo um pouco e muito trabalho físico que de certa forma aliviava a carga emocional que se sentia.
Adorei participar, mas ao contrário do voluntariado que fiz durante alguns anos com crianças, trouxe uma sensação desconfortável para casa...porque com as crianças havia sempre uma esperança ao fundo do túnel, sendo crianças e tendo a vida toda pela frente havia a hipótese de dar a volta, de controlar o destino, de haver um final feliz! Nestes casos, estas acções que são extremamente válidas, e há que realçar o papel fabuloso dos voluntarios desta associação que fazem um trabalho de acompanhamento espectacular junto destas pessoas mais carenciadas, a sensação e a conclusão partilhada com alguns colegas é que ....são momentos bons que estamos a proporcionar mas ficamos com uma leve frustração pois sabemos que não resolvemos...
Independentemente da não resolução do problema, foi muito enriquecedor participar numa acção destas.
http://www.servethecity.pt/

Free Pass

Depois de dias de gripe, alguns de cama/sofa efectivos, e ainda com uma tosse cavernosa que deixa qualquer trausente que passe perto a pensar se deva ou não mudar de passeio... estou oficialmente farta deste mês de Janeiro.
Como já tinha ditto e repito, odeio principios... e o mês de Janeiro (que já vai longo) é a materialização deste meu pequeno desagrado. É o primeiro, é suposto virmos carregadinhos de ideias frescas e resoluções miraculosas, é sempre o mês mais frio do ano em Lx, os bichos da gripe entram e saem lá de casa como se tivessem um FREE PASS, acaba-se com o mel em três tempos, fico farta do meu tom pálido de pele, fico farta da roupa e não encontro nada de jeito nos saldos!!!! (drama!!!)
O que me deixa um bocadinho menos triste é quu faltam poucos dias para terminar a carga psicológica do Janeiro.
Hoje e talvez por estar ainda com os bichos do FREE PASS (os tais a que chamam GRIPE), estou fartinha disto.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pudor

Perdoem-me as mentes mais abertas que eventualmente possam vir para a este centro de confissões (por vezes meio esquizofrenicas), mas aproveito para dizer que tenho problemas de intimidade nos balneários em geral, não que frequente mmuitos, mas mais propriamente nos balneários do ginásio.
Dou por mim a despir-me a vestir-me como se fosse apanhar um comboio, sou mais rápida que uma lebre a secar-me com a toalha, a vestir roupas mais dificeis, a apertar os fechos mais chatos... Passo seguramente por antipática porque desvio o olhar de tudo o que passa... e isto porquê??? Porque não me apetece ver corpos desnudos a passear e a chinelar com a toalha ao pescoço, como se estivéssemos ali na colina do sol. NÃO!! Não quero saber de nada disso! NÃO!!! Não quero falar sobre cenas do dia-a-dia quando estou como vim ao mundo!
Tenho alguns traumas de juventude confesso... quando andava no andebol e tinha de levar com alguma colegas de equipa de perna alçada a fumar um cigarro e a falar sobre rapazes, isto em pleno balneario antes e depois dos treinos.
Se algum dia alguém num qualquer balneario feminino de um qualquer ginásio, avistar uma criatura a vestir-se de toalha enrolada de uma forma mais ou menos acelerada e frenética, podem crer que posso ser eu em todo o meu esplendor... e muita dose de pudor.

A beleza de ter 2

Sabes que tens dois filhos diametralmente diferentes quando ambos furam o esquema para andar em actividades extra-curriculares sem darem cavaco a ninguém (e este pormenor é a parte que eles comungam do código genético):
- um começa a frequentar as aulas de expressão plastica porque diz ele que gosta de pintar (na verdade verdadinha é porque andam lá as miúdas giras da turma..)
- outro fura o esquema e começa a ir às aulas de Taekwondo porque diz abertamente que os amiguinhos também andam (verdade verdadinha não anda nenhum amiguinho, ele vai porque gosta mesmo é de andar a dar pontapés na atmosfera!)

Continuo tramada, certo?

A competitividade nasceu com o homem

Percebes que o significado da concorrência e da competitividade se encontra facilmente no género masculino, quando tens 2 filhos que todos os dias comentam quantas namoradas têem na escola (entretanto o mais novo diz que tem 3 e o mais velho ainda só conseguiu ter 2!) e quantas festas de aniversário têem nas próximas semanas (mais novo ganha novamente com 2 e o mais velho com 1).. Ao ponto do mais velho implorer para ir a uma das festas de miúdos bem mais novos que ele, só para ficar empatado e assim ser mais justo para todos (his words...).
Estou tramada certo?

Something to share

Tenho de partilhar isto.
Ontem fui correr ao fim do dia. Chovia e fazia vento, já estava escuro e o tudo o que me apetecia verdadeiramente era ir para casa, calçar as pantufas e ficar quieta. Mas contrariei tudo isso e fui. Razões? Motivações? Muitas perguntas e poucas respostas. Acho que alguma teimosia minha e também (talvez ...) um gosto/prazer que se adquire nisto de se começar a fazer desporto. Seja corrida, running, jogging ou caminhada, o gozo que se retira em 45 minutos em que o que se faz é arrancar, controlar a respiração, aguentar as dores nas pernas, o calor da roupa que se trouxe a mais, a chuva que molha a cara e deixa a maquilhagem dos olhos a escorrer, encharcar os pés nas poças, tentar puxar pelo corpinho a meio do km 2 até ao km 6 e depois alongar alongar alongar... Dito assim parece muito pouco divertido e até masoquista Às tantas.. Mas tenho de confessar que o prazer de terminar viva e com vontade de voltar a repetir a dose é o único segredo que posso garantir que me faz continuar. Há quem diga que estou viciada e que o corpo pede isto, há quem diga que já sabe quando eu não corro durante 2/3 dias pois fico com um feitio de cão, eu não sei dizer se é vicio, se é gosto adquirido, se é a confiança que conquistei ao ultrapassar cada barreira, cada km, cada segundo que vou conseguindo reduzir à media... Só sei que adoro isto... tenho pena de não ter começado mais cedo, mais nova, mas que se lixe a comiseração, agora ningém me pára!
E posso atestar que é a melhor receita para tudo! Para a auto-estima, para o mau feitio, para a pele, para o cabelo, para o raciocinio, para a falta de pachorra, para o tédio, para o stress.
Mexam essas pernas, saiam da vossa zoma de conforto (do sofa, da cama, da cadeira do escritório) e vão!!! Só custa isto e depois é prazer garantido!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Odeio principios

Estamos já em Janeiro.
Passaram as férias de Natal, as jantaradas, os presentes, as reuniões com a família, aquele tempo bom que passa tão rápido que sempre que chega ao fim fico com aquele amargo na boca.
Aproveito este post para dizer que foi bom o Natal pelos motivos certos. Passei-o com as pessoas que mais amo nesta vida.
Aproveito ainda para dizer que foi bom o revelhão deste ano. Divertido e louco como há muito não tinha sido... e se o ano for assim vai ser bom.
Aproveito ainda para dizer que não gosto particularmente deste ínicio de tudo, até porque não faço listas de resoluções de ano novo, estou sempre com a sensação que me falta açucar no sangue, tenho mais sono que o habitual e talvez por sentir que meio mundo anda entusiasmado com as novidades que querem implementar nas suas rotinas, dou por mim a virar as costas e a dormir só mais um bocadinho.
Aproveito também para afirmar que não sou Charlie e que estou francamente assustada com as proporções que esta barbárie vai tomar... sim porque isto não vai ficar por aqui e infelizmente foi aberto um perigoso precedente que ameaça o que achamos ser tão natural como ter sede, sermos livres e vivermos em paz.
Como primeiro post de 2015 e sem quaisquer resoluções de ano novo, vou apenas dizer que vou tentar continuar a ser feliz.