quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Desabafo

Posso desabafar?
Posso?
Já passaram quase 3 meses e já fui e vim de férias. Não vou falar delas agora...Seria catastrófico. Principalmente porque não as sinto no meu corpinho.. já passou muito tempo e já não me lembro.
As eleições já foram também e ficou quase tudo na mesma... A caravana passa, os cães ladram, mas o tuga decidiu deixar tudo na mesma como a lesma... mas também não vou falar disso, porque precisaria de muitos posts para dizer tudo o que penso sobre as eleições em Portugal.
O António começou a sua nova vida na creche... Nova fase, novidades todos os dias, mais partilha, mais convívio.. Tudo leva a crer que ele gosta e precisa de conviver com outras crianças. Eu defendo isto com unhas e dentes... e por vezes não é fácil levar esta minha demanda a bom porto. A creche não é perfeita, é pequena mas limpinha. Tem um jardim nas traseiras que a torna mais encantadora do que inicialmente aparenta. As educadoras são queridas e conhecem bem os meninos todos... O António é dos mais reguilas (pronto é o mais...), porque não pára um segundo e tem a mania de morder nas crianças... O único problema derivado da questão é que o António semana sim, semana não está doente em casa. Nada de doenças graves , mas são suficientes para fazer algumas àguas chegarem a alguns moinhos... O António podia ficar em casa com a avó, mas não fica porque tem uma mãe e um pai que acham que para ele é melhor estar na creche, porque aprende a partilhar, a dividir, a esperar pela sua vez, no fundo a viver um bocadinho em sociedade. O António podia ficar em casa com a avó que o trata lindamente, passeia com ele, tem todo o tempo do mundo para lhe dar as atenções e os mimos, que tem muita paciência na hora das refeições, que está sempre disponível para ele... mas a mãe e o pai do António decidiram inscrevê-lo na creche, apesar de tudo. As dúvidas e interrogações persistem nestes dias não fáceis em que o António tem de ficar em casa rodeado de soro fisiológico, aerossóis e afins... E a situação (que se repetiu algumas vezes no espaço de 2 meses e meio) dá muito jeito a quem não concorda com a decisão dos pais do António e que mesmo em silêncio, enche-me os ouvidos com preocupações, ansiedades e frustrações. Enfim há pessoas que nasceram para se preocuparem, para criarem expectativas, para fazerem prognósticos dramáticos antes do jogo acabar. Perante isto, e com este desabafo a ajudar, tenho apenas a dizer que não sou uma mãe perfeita, mas quero o melhor para o António e faço por isso, mesmo que as àguas que por vezes encontro me queiram fazer acreditar o contrário.

3 comentários:

Unknown disse...

E o António vai ficar melhor. O nariz vai secar, os espirros vão passar, os dentes afiadinhos vão continuar a procurar em que morder e ele vai voltar para o colégio. Porque tem uns pais responséveis, que sabem o que melhor para ele, que o querem educar e oferecer-lhe um mumndo novo para descobrir (inteirinho só para ele). Ah! E a Matilde precisa de um amiguinho que a defenda no Colégio.

Simplex disse...

Não te preocupes amiga. Ir para a creche é mesmo a melhor decisão para o António. É a única forma de ele criar defesas (fisicas e mentais) contra o mundo que o rodeia. Colocá-lo numa redoma de vidro hiper-protectora nunca o irá ajudar. Ele precisa de se constipar, apanhar amigdalites, comer terra, arranhar os joelhos, partir a cabeça, chorar, rir, correr com os outros miudos. Aprender a cantar e a desafinar, dar o primeiro beijo na ponta do nariz de uma menina e desatar a correr a bater palmas. E vai cansar-vos e preocupar-vos. Mas também vos vai fazer rir todos os dias. E isso não diminui em nada os óptimos pais que vocês são.

Anónimo disse...

As "águas" não batem um(a) "ocean". Problemas respiratórios são lixados com "F" grande, mas quem deles sofre sabe que também não se pode ficar em casa que nem "florzinha de estufa"! Há que criar defesas, nem que seja à mordidela! ;)