Somos invadidos por histórias de violência na escola.
Os empurrões, as lutas de recreio, os calduços, as chapadas, os arranhões e arrancar cabelo e escalpe, tudo isto foi compilado num pomposo estrangeirismo - bullying...
Sempre houve.
Quem não se lembra de prácticas escolares como a ida ao poste, as lutas entre turmas, os nomes, os palavrões, os insultos, a discriminação, tem graves problemas de amnésia!
A diferença?
Não sei bem porque não conheço a realidade escolar de hoje.
Mas lembro-me da D.Rosa. Uma senhora gigante que metia respeito aos calmeirões mais mal comportados, que tinha uma sala estrategicamente colocada no corredor onde era fácil e recorrente ocorrerem cenas mais violentas e para o qual podiam fugir aqueles e aquelas que sentiam medo, frustração, raiva, fúria e desespero por não se conseguirem defender sózinhos.
A D.Rosa não era da polícia, não era professora, não era directora, nem advogada. Era uma simples contínua que protegia os oprimidos e enfrentava os mais desordeiros.
Pergunto-me se ainda existem D.Rosas nas escolas que permitam que miúdos e miúdas se espanquem entre eles ao ponto de irem parar ao hospital...
Provavelmente as D.Rosas foram substítuidas por gabinetes com psicólogos (que não duvido que façam sentido lá estar ) que pelos motivos óbvios nada podem fazer...
Mais uma vez não entendo.
Sempre gostei de andar na escola.
Só chorei quando entrei para a escola primária porque tinha uma professora que gritava todo o dia e tinha um ar de psicopata que me fazia tremer, vomitar, implorar para não ir à escola... E isto durou até me mudarem de turma e eu voltar a gostar da escola. E gostei sempre.
Talvez porque me sentia segura e protegida. Talvez porque cresci e aprendi com liberdade e responsabilidade. Talvez porque sabia que se pisasse o risco estava tramada, não só porque havia D.Rosas, mas porque tinha que prestar contas em casa...
D.Rosas, venham elas!
2 comentários:
Olá Pirulito,
Concordo em absoluto...também era assim, quando andei na escola. No meu 1º. dia de aulas ainda com 6 anos, chorei horrores, porque queria ficar na mesma carteira da Natália...adorava a Professora, a Dona Alice, com quem ainda hoje falo, e que foi minha professora durante os 4 anos de primária...ir para a escola, era sinónimo de aprender , mas também de muita brincadeira, joelhos esfolados, pintalgados de mercúrio pela D. Alice. Lembro-me como se fosse hoje !!!
Bjo.
Malu
Lembro-me (até demais) da psicopata. E das tuas lágrimas. E das minhas também. E dos peluches que levavas para te distrair de quem nos era suposto ajudar a entrar bem numa etapa tão importante da vida. Ainda bem que havia uma outra luz ao fundo do túnel (ou pelo menos do lado oposto da escola) para melhorar as coisas um pouco.
Fazia falta mais D. Rosas por aí fazia. Mas penso que a grande diferença vai nas crianças/jovens. Há uma falta de respeito que ultrapassa todo o senso comum. Não sei se éramos melhores mas éramos sem dúvida muito diferentes.
Enviar um comentário