segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Manhãs de segunda sucks

Despertador toca, mas eu já acordei antes para tentar saír a horas...e mais importante que tudo chegar a horas - Função não cumprida.
António acorda mole e com vontade de não se vestir... Descalça os sapatos, não quer lavar as mãos, não quer lavar a cara... Não quer, não quer... Tento arranjá-lo em 15 minutos - Função não cumprida.
Pequeno-almoço - vulgo momento Nestum com Mel - prato de papa com a consistência ideal para não escorrer pelo pescoço até às pernas... António sentado na cadeira - check! Canal Panda ligado - check! Babete tipo avental colocado - check! Colher do tamanho certo - check! Tento que ele coma papa sem sujar a roupa e o território que o rodeia.. - Função não cumprida. Cabelo com nestum, carro de brincar com nestum, a minha camisola com nestum... Porra para o Nestum!
Minuto do bacio. Bacio na sala com canal Panda sempre a bombar. "O Tonho não queri fazer coco!" Ok... Não queres. Veste a fralda e as calças. Corro para a cozinha para beber o iogurte de um trago. Silêncio na sala. Cheiro nauseabundo. Cóco na fralda. Função do minuto do bacio não cumprida!!
Hora de saír de casa e entrar no carro. Percurso que pretende ser rápido e sem atropelos. O António despede-se dos brinquedos como se fossem amigos... Fecho a porta e entro no elevador. Ele carrega em vários botões e faz parar o elevador! Função não cumprida!
Caminho para a creche sem problemas de maior. O António grita por "Buachas!!" que entretanto terminaram na semana passada.
Finalmente a porta do infantário.Sinto alívio. relógio - 9:14!!!
Entramos, vestimos o bibe, assoamos o nariz, beijinho à mãmã... "Mãmã vai trabalhari?"...
"Sim...Tem um bom dia António!" Mas a mãmã pensa... "a mãmã já trabalhou hoje e precisava apenas de uma cama....snif"
As manhãs de segunda são caóticas.
Bolas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Abaixo a foto tipo presidiário!

A conversa começou bem cedo pela manhã.
"Vamos a um sítio importante hoje! Vamos ter com uns senhores que vão tirar uma foto e fazer um cartão! Assim já vais poder andar de avião..."
(minuto a pensar e a olhar para a pantufa...)
"Mãmã vamu veri a Tia Inês???"
"Sim um dia vamos todos no avião ver a Tia Inês. Mas para isso temos de ir ter com os senhores para fazer o cartão para ti."
A conversa de preparação foi esta.
A loja do cidadão era o destino.
O cartão do cidadão o objectivo.
A viagem foi rápida sem trânsito e cheguei antes da hora marcada.
A aventura começou quando fomos tirar a foto. Impossível de controlar a expressão facial de um pirralho que tem sempre muita expressão para partilhar.
O senhor da máquina já suava em bica e o António não parava de olhar para o lado a rir para mim e para quem passava.
A primeira foto foi chumbada no guichet 1... A "sinhora dus óculos" foi peremptória. "O menino está com demasiados dentes à vista! Assim não pode ser! Vai ter de repetir!". Respirei fundo e olhei-a com a minha calma... " Tem a certeza? Ele é só uma criança. Tem dois anos e meio e está sempre a rir (pronto quase sempre..). Não percebo qual é o problema."
Não consegui demover e mudar as regras da foto deste cartão polémico...Tive de ir de novo para a máquina, com o António já a ficar com os azeites e os suores em bica a passarem do senhor da máquina para mim...
"Vamos lá António... olha para cima, para a Joaninha (Boneca maltrapilha em forma de joaninha, presa por um cordel...)"
A revolta do António foi imediata!
"Mãmã...a Joaninha ta peza...!!!"
Nova tentativa falhada.
E depois veio a língua. Não sei se como nova forma de retaliação... Mas vivi a primeira revolta do meu filho contra o sistema burocrático em que vivemos. Ele deitou a língua de fora e foi díficil dissuadi-lo a meter a dita para dentro. No auge da sua "má-educação" ele conseguiu vencer aquela gentinha toda pelo cansaço! E acabaram por aceitar a foto do sorriso (uma das muitas), mas a que tinha menos dentes à vista.
Por isso minha gente se não quiserem continuar a ter fotos de presidiário nos vossos cartões do cidadão, já sabem... É deitar a língua de fora como se não houvesse amanhã!