sábado, 25 de abril de 2015

Da liberdade

Sem saber o que representa o oposto. Nasci depois de 74. Cresci com algumas referencias ao 25 de Abril. A familia nao é de esquerda. Na escola os manuais explicavam a data de uma outra forma, bem mais positiva do que o relato da minha avó...
Dizia ela que ficaram fechados em casa com receio dos comunistas.
Seja como for e tentando ser independente de todas estas "heranças" olho para este dia com mixed feelings... Se por um lado sei que houve uma ruptura politica com a ditadura, havendo também uma abertura do país ao mundo, a outras visões da vida, a outras expressões e opiniões... é com alguma tristeza que me apercebo que o tal 25 de Abril, o tal dia de que os manuais falam não passa de um simbolo. Por muitas comemorações que possam existir, elas estão direcionadas apenas para alguns grupos, onde se incluem os grupos sindicalistas, os militantes de esquerda e pouco mais...
Fica bem dizer que o 25 de Abril mudou muita coisa no país e que trouxe a liberdade... aliás hoje em dia ninguém ousa dizer nada que se oponha a isto...
Eu que nunca tive grandes referências ao acontecimento fui ensinada a saber apreciar uma liberdade que não resvale na liberdade do outro. Aprendi que para ter alguma coisa tenho de trabalhar alguma coisa. Aprendi que devo respeitar os mais velhos. Que jamais poderia levantar a voz a um professor. Aprendi a ser poupada, a nao gastar o que nao tenho. Aprendi que a universidade é uma licença para aprender e nunca a garantia de um job para o resto da vida.
Se seria tudo isto caso tivesse nascido e crescido na tal ditadura?
Com os pais que tenho atesto que sim...com a diferença que no tal dia 25 de Abril de 1974 eu teria saído à rua para dar as boas vindas à liberdade!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cumplicidade

Todos os dias cresce a cumplicidade destes três.
Se tivesse poderes mágicos congelava este momento no tempo...
Faz tão bem vê-los assim a crescer desta forma.
Faz tão bem ouvir logo pela manhã um "Adoro o meu pápá! Adoro a minha mãmã!"
Nem tudo são maravilhas nesta aventura eterna de ser mãe/pai..Mas a parte mesmo boa é vê-los crescer felizes e genuinos.
A foto já foi tirada há uns dias, mas espelha bem o que se vive lá em casa. Jogos de bola, jogos de tabuleiro, brincadeiras a dois, piadolas partilhadas, o mais novo que defende o mais velho, o mais velho que tenta ensinar o mais novo.. o idolo e o fã e os papéis que se invertem. A vivência entre irmãos é isto, há momentos terrificos em que parece que não há maior Guerra do que a deles, mas depois tudo passa como nas tempestades e afinal de contas já não conseguem viver um sem o outro.
O papel do pai aqui é fundamental.
Ontem depois de um dia mais ausente, o pai foi recebido em festa já os cuquedos estavam deitados.. Os abraços de euphoria emocionaram-me e levam-me a pensar que por vezes há caminhos que temos de percorrer para chegar a determinados destinos... e que há sempre um lado bom na vida, mesmo que ela nos traga a toda hora desafios que nós contestamos.
Considerações e pensamentos profundos à parte, o que eu quero mesmo dizer é que tenho uma familia maravilhosa, tenho o prazer de assistir a demosntrações de amor genuino entre filhos e pai e que para mim não há forma melhor de terminar o dia do que receber tudo isto e saber que tudo isto faz parte de mim.



quinta-feira, 16 de abril de 2015

I call it magic..

Sempre que nasce um bébé a magia acontece.
Podia ser um spot publicitário.
Podia ser uma frase gravada nas paredes das maternidades.
Podia ser o titulo de uma canção de embalar.
Quando um bébé nasce, a casa enche-se de sons e de perfumes novos. Não vamos falar da parte menos boa, das noites mal dormidas, das cólicas, das mazelas...
Este post quer-se feito e escrito com magia.
No dia em que chegámos do Brasil fomos recebidos com a melhor notícia de todas - o nascimento do Francisco. Nesse mesmo dia e depois de umas férias fabulosas rodeada de amor, fui abençoada com esta magia que é o nascimento de um bébé, pude pegar nele ao colo, sentir aquela respiração tão suave mas já tão ritmada.
A história deste bébé é especial.
Tão especial que emociona.
Tão sagrada que as palavras podiam ser poucas para serem fieis ao valor de toda a história e dos seus principais intervenientes.
A história do Francisco teve o melhor desfecho de todos. Eu acredito cada vez mais que o amor vence barreiras, muitas vezes daquelas que se dizem cientificas e à prova de tudo. A cada dia que passa sou mais crente na força humana, que tem muitas vezes (mais do que possamos esperar) aquele "pó de fada" que é invisivel aos olhos e só ganha cor nos corações de quem ama.
Estou inspirada? Lamechas? Com discurso pouco claro?
Talvez...
I call it magic.

5 horas

Quando tres pessoas que nao se veem há alguns meses se juntam á mesa, falam durante 5 horas e a sensaçao que fica é como se esta conversa longa acontecesse numa base diaria e como se todos os dias aquelas tres pessoas se juntassem ali ou em qualquer outro sitio, porque o que mais importa é a dinamica da coisa...quando isto acontece podemos estar a assistir a uma quase irmandade...Eu prefiro chamar-lhe de amizade pura..Falta uma para completar o ramalhete que havia e esta ausência é sempre lembrada na média de 5 horas de conversa que terminam invariavelmente com os empregados do restaurante a implorarem com o olhar para que haja um desfecho para tanto tricotar.
3 amigas de infancia que cresceram juntas com as borbulhas dos 14 anos, as primeiras saidas aos 15, com os desafios da vida aos 30's...Hajam mais 5 horas por favor e com mais frequencia pois a pergunta que se impõe é apenas uma : como é que conseguimos estar tanto tempo sem nos vermos?

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Viajar com miúdos - challenge

Viajar com crianças é o verdadeiro desafio.
E começa primeiro na escolha do destino que nos deixa sempre com algumas limitações, por vezes vistas por outras culturas como excesso de zelo e de preocupação. Não é novidade para ninguém que em Portugal (e julgo que em grande parte dos países do sul da Europa) os pais e mães são menos descontraídos no que ao bem-estar dos filhos diz respeito. As pessoas do norte da Europa são tipicamente mais relaxadas em levar os filhos para todo o lado, seja a Australia ou o Peru... vão atrás e acabou. Seja com mochila às costas ou para hotel de cinco estrelas. O que interessa é ir e no concerns!
Pois eu faço parte da forma chicken-tuga de ser... e qualquer viagem com cariz de Aventura já me traz noites mal dormidas e preocupações de maior.
Por isso riscámos Panamá da lista... e outros países da América Central e do Sul que tanto queremos visitar.
É deixar crescer mais um bocadinho... para ver se a mala de medicação diminui de volume.. Se para o Brasil já foi o que foi, nem imagino como seria se fôssemos para o meio da floresta tropical.
Viajar com miúdos tem tanto de desafiante como de compensador. As horas de voo e de espera nos aeroportos são facilmente ultrapassadas com o facto de perceberemos e sentirmos o quanto foi bom para eles aterrar nm outro país, sentirem outro clima, outras temperaturas, perceberem outras formas de falar o português, saborearem outras comidas e outros sabores, sentirem a tristeza de um adeus a um amigo que conheceram. A partilha de tudo isto, os sorrisos e aqule brilhozinho nos olhos valem tanto.. Daqui a uns anos poderá fazer parte de uma lembrança vaga nas suas cabeças... mas vai ser objecto de muitas conversas e recordações. Das boas.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Dos livros

e da companhia que eles representam na minha vida..
Não conseguem ser destronados nem por tablets, nem por ipads, nem por smart coisas desta vida.
O que eu adoro mais nos livros... o cheiro das folhas.
A imagem de os ver em cima da minha mesa de cabeçeira, muitas vezes empilhados, porque até gosto de os ter aos trios...
Desde pequena que amo de paixão este acto de silêncio e de imaginação.
Os cuquedos todos os dias teem direito à leitura de uma ou duas histórias antes de dormir. E quando me vêem a ler os meus livros ficam muito curiosos com o facto de eu não ler em voz alta, como faço quando estou a ler para eles as suas histórias.. "Mãe mas tu não estás a ler!!! Não falas?!!!"
Descobri à pouco tempo a escrita do Jose Luis Peixoto.
Adorei as Galveias..
e estou a adorar este...para quem gosta do género aconselho vivamente.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Brasil

Escrevo antes que o resto dos dias varram as memórias da semana fabulosa que passámos no Brasil.
Fomos numa grande viagem a 4. O primeiro teste de voo longo para os miúdos correu inesperadamente bem.
O país, apesar de diametralmente diferente do que encontrámos há uns anos atrás numa viagem ao Rio, não nos deixou ficar mal. As pessoas e o calor que conforta, que nos deixa numa boa, continuam intocáveis. As praias, as paisagens, a água do mar quente e revolta, os sabores das frutas do café da manhã ... isso continua deliciosamente igual.
E ainda bem.
Os cuquedos ficaram fãs do Brasil, com vontade de voltar. Fizeram amigos de quem se vão recorder muitas vezes (quem sabe se não vêem fazer uma visita a Portugal?), jogaram peladinha à séria em jogos brasil/Portugal contra o uruguai... qual Copa Mundo. Fizeram-nos assistir a todos os shows musicais do Hotel e comer sorvetes Zeca a toda a hora.
Foi tão boa esta viagem que aé deu direito a corridas gostosas na praia logo pelas 6 da manhã, quando o sol já aquecia e bem!
Antes que a loucura dos dias que correm sem parar e sem dar tréguas me apaguem da memória tão boas recordações... ficam as fotos entre centenas para mais tarde recordar.