sábado, 28 de junho de 2008

Puro ócio

Não queria tornar este blog numa espécie de guia da gravidez, day by day... O que é certo é que este tempo de ausência justifica-se por isso mesmo... Estou na recta final e a minha vida quase não é mais nada senão viver neste estado tão específico com tudo o que tem de bom e de menos bom.
Está um calor que não se pode. Acreditem em mim... Grande parte das pessoas não se apercebe, porque sai cedo de casa e passam as 8, 9, 10 horas seguintes no escritório com ar condicionado... Eu já não sabia o que era ter calor e não conseguir respirar em Lisboa.
Estou há alguns dias em casa. Baixa médica for the first time. Objectivo: descansar e caminhar até me doerem os pés...o que não é difícil tendo em conta que tenho não uma bola de basket, mas sim um saco de bolas de basket atadas à cintura para levar para todo o lado.
Fiquei a saber\sentir que já não sabia o que era não fazer nada... E curiosamente tenho tido dificuldade em lidar com esta minha limitação. Eu sei que não deveria sequer falar assim, tendo em conta que grande parte da sociedade não se importaria de ter uns dias de não fazer nada, mas deixem-me apenas confessar isto... tenho medo de me habituar... custa a entrar no não ritmo. Chamo-lhe desintoxicação do ritmo ditatorial do relógio...e se nos primeiros dias tudo se estranha, o problema é quando se entranha...
Tenho a certeza que não vai haver tempo para entrar no clube dos desocupados (sim porque até há por aí bastantes...), daqui por uma semana o António vai nascer e vai ocupar todo o tempo que ele quiser e precisar.
Já chega de ócio. Não fui feita para isto... Podem começar a mandar os tomates podres e os assobios... isto não é defeito é feitio.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Planeta Amizade


Sempre considerei a amizade uma preciosidade. E quando falo em amizade, tento ter o máximo respeito pela palavra em si... pois ela própria pode ter vários sentidos, dependendo de quem a sente, de quem a exprime, de quem a defende.
Não é nenhuma tarefa fácil mantê-la, alimentá-la... Por vezes perdemos-lhe o rasto, como se de uma borboleta se tratasse. "Tenho amigos que já não vejo há anos e não sei nada deles... " Quantas vezes dizemos isto? ... Amigos que não vemos, com quem não falamos, com quem não discutimos, conversamos, rimos, partilhamos... Amigos. E são-o na mesma? São. Para mim. O sentimento fica sempre, não voa como a efémera borboleta, fica. Mesmo na distância temporal, na distância física, espacial, circunstancial, a Amizade fica como tatuada, nem que seja pelas memórias, pelas recordações, pelas saudades.
Felizmente tenho sorte com a palavra Amizade. Adoro-a. Faz parte de mim. Preciso dela. Eu não sou ninguém sem ela.
E ela é um mundo cheio de pessoas, de almas, de feitios, de histórias de infância, de conversas de ontem, de planos para amanhã. A Amizade do meu mundo, do meu ser é tão rica e tão diversa que nem Darwin conseguiria catalogar... E para entrar nesse mundo nada é preciso fazer, não há bilheteira, nem selecção, basta ser e sentir, fazer parte com defeitos e qualidades, com inseguranças, com medos, com coragem... Para ser um habitante do meu planeta Amizade basta ser genuíno... aliás é esta a palavra mágica para entrar e nunca mais saír.
Bom fds

terça-feira, 6 de maio de 2008

Statements às 31 semanas


A minha barriga tem vida e vontade própria.

Já não consigo ver os meus pés.

Falta pouco tempo para que tudo volte à normalidade, ou seja continuar com barriga mas sem vida própria.

O sono às dez da noite faz-me esqueçer que existe um caminho a percorrer até ao vale dos lençóis.

A sede é constante, assim como a azia - felizes os que inventaram uma coisa muito farinhenta chamada Vingel.

O meu único desejo de grávida foi uma cervejola geladinha num destes fantásticos finais de dia...Tentei sem alcóol, mas não saciei.

Tenho dito...

Pura Inspiração

Hoje tive uma sensação estranha quando julguei estar a ficar baralhada da moleirinha... Isto de vir para aqui escrever tretas que nos passam pela alma, desabafos e felicidades, alegrias e tristezas, tem muita coisa envolvida e se calhar as pessoas que optam por não o fazer na blogosfera têem alguma razão...
Porque isto de ter um blogue (e eu nem sou muito stressada com estas coisas) é como ter e mostrar um espelho do que somos.. Obviamente que seria um espelho com alguns efeitos especiais, talvez com o vidro às cores e meio martelado, porque a nossa condição humanóide faz-nos ser proteccionistas em relação aos nossos tesouros (deprimentes ou não) mais interiores, e somos sempre selectivos no que escrevemos, porque sabemos que há sempre alguém que nos lê (são poucos mas bons) e o que escrevemos pode ter consequências nesse destinatário.. Se as pessoas me dizem que se riem do que eu escrevo aqui, fico muito contente... Se as pessoas dizem que se lembraram de mim nesta e naquela situação porque recordam o que eu escrevi sobre a D.Carla, entre outras tonteiras, é sinal que as minhas palavras fazem sentido e alguém no mundo se identifica com elas... Todos estes são bons exemplos... E talvez sejam um dos bons motivos para continuar a escrever para alguém ler, além do simples prazer de escrever sómente... Faço-o há muito tempo, desde que me lembro de aprender a escrever e isso dá-me um prazer fabuloso...
E mesmo nestes dias em que descobrimos que alguém fez copy paste de algumas frases e expressões de um dos nossos posts e assinou por baixo... mesmo que fique aquele desconforto e a palavra "plágio" a ameaçar saír cá para fora... o mais engrançado de tudo isto é perceber que se calhar não é tão mau assim ser copypastado como eu fui com o meu "Smells like Esteva" (publicado a 24/03/2008)... é sinal que o que eu escrevi é tão fixe, tão mágico e tão hipnótico que um dos efeitos que faz nas pessoas, é escrever quase igual ao que eu escrevi.. Pura inspiração, eu sou Pura Inspiração!!!! e para quem tenha dúvidas sobre o meu valor literário (eheheheh ... tenho o ego em cima confesso) confirmem http://fatacaparadise.blogspot.com/ - Post com o mesmo nome mas com uma data diferente 03/Abril/2008... Isto é sinal de que o efeito das minhas palavras dura dias e dias...É lindo!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Não é neura, juro!

Não queria nada tornar-me uma pessoa amarga e descrente com a vida... Luto todos os dias contra aquele estado de revolta interior, que ao mesmo tempo nos faz resmungar o dia todo, mas não nos dá coragem para mudar e partir para outra... Quase que adivinho que alguns dos poucos que lêem estas parvoeiras que escrevo estarão a pensar... lá está ela de novo com a neura..
Nein. Isto não é neura. Apenas um alerta aos mais incautos e desprevenidos...
Para os mais distraídos, há uma tendência natural para a incompetência e sua valorização. No mundo do trabalho (felizes aqueles que não precisam de pertencer ao mesmo), quem vence, quem ganha, quem tem regalias, quem é levado ao colo, é habitualmente incompetente...
Hoje foi só mais um dia que percebi e senti isso na pele... Quem trabalha que nem formigas não se safa, nem se o Inverno for rigoroso.. O planeta é das cigarras que cantam bem alto o que (não) fazem...
Por isso aqui vai para quem quiser perceber de uma vez por todas como é que isto funciona:
Não interessa saber, interessa mostrar que sabe...
E isto não é Neura, é apenas um Aviso à População.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

the time goes by..........


E o tempo passa a voar... Este mês que vai acabar em beleza com feriados e pontes pareçe que simplesmente não aconteceu.
É inevitável não falar da minha barriga, porque por muito que ande "ocupada e distraída" com coisas tão importantes ou mesmo banais como o trabalho, o trabalho, o trabalho.... não dá para esqueçer o quanto ela cresce todos os dias.. Há um mês parecia um planeta, neste momento e já com 7 meses feitos (em linguagem de grávida - 29 semanas e 3 dias), faço lembrar um barril ou melhor um tonel... Mais uma vez exagero.. Mas está mesmo big, big... Já tenho alguma dificuldade em cortar as unhas dos pés sem arrancar um bife ou outro... e o mais dramático de tudo é já não ver algumas partes do corpo, sem ser ao espelho claro.
Um dos outros sintomas de se estar assim, é sentir que existem grávidas em todo o lado.. O que deve ser pura ilusão óptica, pode ser também sinais daquela necessidade humana de procurar no mundo que nos rodeia seres como nós... E sim vejo montes de grávidas em todo o lado e tenho necessidade de partilhar toda a informação possível... Toda!
O António já tem vida própria e isso é realmente fantástico..Pensar que começou por ser um pequeno e minisculo ser com meio centimetro e passados uns meses já pesa 1 kg e meio...
E mexe como gente grande. Segundo o médico há muita gente por aí que nasceu com menos peso e agora anda por aí a mandar em todos nós...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Fds

Ainda bem que hoje é sexta-feira...
A actualidade e o mundo à nossa volta pareçe estar a querer enlouqueçer. Desde miúdas histéricas a gritar pelo telemóvel, pedófilos que convivem pacificamente na casa ao lado e fazem desaparecer crianças vizinhas, ivas que descem mas sem efeitos visíveis nas carteiras, actualidades pouco inspiradoras, digamos mesmo que aterradoras.. Quando é que inventam Noticiários só com Boas Notícias?? Será que não entendem que nós, comuns mortais, também gostamos de partilhar as coisas felizes que acontecem (será que ainda acontecem...?).. No outro dia ouvi um psicólogo de renome (penso que seria o Daniel Sampaio, mas não tenho a certeza) a pedir para que não passassem mais vezes aquela imagem estúpida da aluna em histeria... se calhar era boa ideia fazerem-lhe a vontade...Mas não, desde esse dia vi a mesma imagem mais umas 20 vezes...em repeat...
Ainda bem que é sexta-feira.
Preciso de uma fim de semana para esqueçer momentaneamente o mundo estranho em que vivemos. Dormir e não ligar a tv. Ouvir um bom CD e se possível não comprar o jornal... (esta é mais díficil..) ..... Falar sobre o tempo, sobre a chuva, sobre o sol, sobre a hora que muda, sobre futilidades que nos fazem mais felizes nem que seja por breves minutos... Afinal também precisamos disso, somos humanos, gostamos de sorrir, certo?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Smells like Esteva


Se pudesse trazia sempre comigo uma garrafita com aquele cheiro único a esteva...
Este fim de semana armazenei na minha caixa de cheiros psicológicos e altamente nostálgicos, este mesmo perfume selvagem...onde se juntam o cheiro a praia bem cedo pela manhã, o cheiro a chocolate quente, o cheiro das brisas de finais de tarde de verão, a terra molhada nos primeiros dias de chuva... entre outros fantásticos..
Este particular cheiro a esteva faz parte de um único cenário que encontro sempre nas terras mágicas da Costa Vicentina... Paraíso do qual gosto de dizer que faço parte. Nem que seja pelo facto de amar o sítio e sentir que há qualquer coisa de sagrado que me faz voltar sempre que posso.
Não me canso de publicitar, mas alerto sempre... porque é certo que tal como outros paraísos... poderá estar em vias de se extinguir.. Por enquanto é paisagem protegida e não há pato bravo que consiga construir por lá... apesar das pressões economicistas e de ser um potencial alvo de investimento... e depois porque o vizinho "Algarve" está a rebentar pelas costuras e já não há espaço para mais aldeamentos e condomínios de luxo ou pseudo-luxo...
A costa vicentina faz parte de mim, faz parte dos meus sonhos e das minhas necessidades de fuga à loucura das nossas rotinas.
Para quem procura silêncio, paz e bons cheiros psicológicos para coleccionar, podem fazer esse favor a vós mesmos e rumar a sul (pela A2 pode ser...), virar à direita e seguir até ao km 0 da famosa Via do Infante... A rotunda que se encontra faz-nos virar para Aljezur. Abram as janelas do carro e deixem-se "encantar" pelo perfume da esteva... essa erva rasteira que faz milagres por mim e por quem, como eu, se apaixona por lá...

quarta-feira, 19 de março de 2008

a condição


a condição de estar assim barriguda, tipo planeta é simplesmente diferente de tudo o que podia imaginar... e é inevitável falar nisto...


Eis algumas das descobertas:


ao contrário do que pensava, não tenho assim tanta vontade de comer porcarias... Quando podia aproveitar..o corpo não pede.. Parece que é brincadeira, mas a Azia que me percorre a alma... faz-me pensar 300 vezes antes de comer seja o que for.. desde a simples maçã ao fantástico chocolate...


descobri que existem lugares de estacionamento só para pessoas como eu...mas estão sempre ocupados...


a roupa para grávida é muito mais cara do que a roupa normal e há muito menos variedade de escolha... tudo é largo e esvoaçante... e pouco sofisticado. Procurar algo "normal", ok com alguma folga na zona da barriga, torna-se o verdadeiro pesadelo...acreditem..


os cremes anti-estrias começam a fazer parte do meu dia-a-dia... a toda a hora há que esfregar a barriga, ou melhor besuntá-la não vá a pele rebentar...


O umbigo torna-se parecido com um dos buracos de golfe existentes por esse país fora...


A vontade de fazer xixi triplica... Incrível a quantidade de líquido que se pode produzir na bexiga, e isto sem beber uma única cerveja..


Fica-se parecido com um qualquer planeta do sistema solar, com um alguidar...ou mesmo com uma pipa de vinho...bem redondinha...


Ouvimos os comentários mais inesperados de quem nos rodeia... "Estás tão mais grávida hoje...!!!" "Estás cada vez mais ..." "Já ocupas algum espaço, ein?", "Que tal fazer um acerto na secretária para poderes encaixar a barriga, ahn?"... O que é que isto tudo quer dizer??? Estou maior sim, a barriga cresceu para a frente...Ocupo mais espaço, é um facto... Eu sinto isso todos os dias quando me levanto e vejo a minha imagem no espelho... Será que tenho de ouvir isto em repeat todos os dias?? Fará parte da condição?? Talvez... Já percebi que a paciência é mais volátil e como diz alguém ..."estou mais sensível a estas questões"... Será que estou? Se todos os dias, e quando digo todos os dias... é todos mesmo, alguém faz um (ou mais) comentário sobre algo, que pode ir desde o corte de cabelo, à barba ou à cor do baton... a frequência dos comentários não fartam?? Acho que não é preciso tomar ácido fólico para ficar no mínimo...com vontade de espancar alguém!... (ok esta é a parte do bad temper....pronto...inevitável...)


Mas o melhor da condição é sentir a razão de tudo isto a mexer cá dentro... a pontapear e a querer já fazer parte de toda esta existência que é a vida!! Tudo vale a pena por ele, mesmo tudo!


terça-feira, 18 de março de 2008

o meu amigo ALF


Obrigada mana por me teres enviado uma foto deste meu amigo.
Uma criatura cor de laranja, peluda, com uma penca descomunal e um sinal na ponta... Fã de Beach Boys, Bruce Springsteen e de gatos - principalmente para comer ao pequeno almoço...O Lucky era deliciosamente perseguido por ele...
Estou a falar do ALF... Alguém se lembra dele?
Eu era fã (e ainda sou)... Tinha uma cassete VHS com montes de episódios gravados e via aquilo em repeat nas férias da escola...
Tinha muito mais piada que o E.T... era mais humano, logo mais depravado e louco...
O Alf marcou a minha infância... Tive muita pena quando deixou de existir e nem sei bem como acabou... Já não me lembro se voltou para o planeta Melmac, para os braços da sua amada Rhonda... Alguém sabe o que aconteceu??
Se sim digam qualquer coisa!

terça-feira, 4 de março de 2008

Desconseguir e a arte de elmiminar desequílibrios


Sobre o stress há muito pouco a falar... - condição biológica em que ocorre desequilíbrio entre a produção de espécies reactivas de oxigénio e a sua desintoxicação através de sistemas biológicos que as removam ou reparem os danos por elas causados. Todos os organismos vivos possuem um ambiente intracelular de natureza redutora, existindo um equilíbrio entre as formas oxidada e reduzida de moléculas como o NADH, equilíbrio esse mantido por enzimas à custa de energia metabólica. Perturbações neste equilíbrio redox podem provocar a produção de peróxidos e radicais livres que danificam todos os componentes celulares, incluindo proteínas, lípidos e o ADN.
Acho que a definição diz tudo.
A nossa condição biológica original não deveria incluír este desequílibrio e o pior de tudo é quando nos dizem que o temos e que temos de deixar de ter... A nossa condição biológica não escolheu a nossa way of life... Esta é tremendamente louca e gosta da corda bamba.
Tenho pensado muito nisto por vários motivos, principalmente porque nos últimos meses devo ter ido mais vezes ao médico do que nos últimos dez anos... E houve um (o último) que me disse que eu não podia estar e viver com tanta aceleração. ?!?
Ups... aceleração?! Eu ... sou tão calma, pensei eu... gosto de viver um dia de cada vez... Faço desporto, tento comer bem e a horas, durmo 7/8 horas por dia, não fumo, não bebo... O que é que eu terei de fazer mais...?? Questionei-me bastante... Talvez integrar num mosteiro budista e deixar-me levar pela hora do sol e apenas ficar por lá, de pernas cruzadas a meditar sobre o tom laranja do horizonte ao som dos bongos e das campaínhas... Saindo desta cena muito tibetana, percebi que o problema talvez não estivesse naquilo que se via, mas no que não é palpável. Ou seja o meu problema seria uma questão de atitude.
Por ter um ser a crescer cá dentro que vai herdar grande parte do que eu lhe transmito... Desde a música que eu oiço todos os dias, à comida que eu como, às horas que eu durmo, às gargalhadas que me apetece dar e que dou, às lágrimas que teimam em aparecer quando me emociono e que eu não impeço de caír... Por saber que ele vai ser tudo isso e mais um milhar de coisas, percebi, senti, reflecti e decidi mudar de atitude perante os desequíli brios que podem aparecer entre a produção de espécies reactivas de oxigénio e a sua desintoxicação...
Estou-me nas tintas para os desequílibrios... para os dinossauros, para os tacões da D.Carla, para os forecasts de fim do mês, para os indicadores, para o trânsito, para as contas do fim do mês, para o cotão que pode apareçer no chão, para a depressão em que vivemos... Estou-me nas tintas.
Como dizem os moçambicanos (saudades...) DESCONSEGUI e podem ter a certeza que consigo ser bem mais feliz assim.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

D.Carla

Tenho uma vizinha de cima. Seu nome...Dona Carla. Já tive vários acessos de fúria causados pela D.Carla, mas só hoje tive alguma calma e discernimento para escrever sobre o assunto. Desde que vim para Lisboa começei a saber e a viver com a realidade "vizinhos". Antes de vir, tive uma infância e juventude muito felizes, nas quais faziam parte uma casa, um quintal e nada de vizinhos de cima, de baixo, dos lados.
A D.Carla tem os cabelos todos brancos e a primeira vez que a vi vestia um robe azul a condizer com os seus olhos esbugalhados.
Vive sózinha e tem uma TV que quando ligada comprova, com toda a sua sonoridade, a falta de isolamento sonoro do prédio onde vivo.
A solidão da D.Carla aflige-me, não só por motivos perfeitamente egoístas, mas também porque espelha bem a realidade das pessoas sózinhas e velhotas que vivem no nosso país.
Ao fim de semana arrasta móveis por volta das 7 da manhã e tem conversas ao telefone por volta das 8... Anda de saltos em casa e houve um sábado que esteve desde as cinco da manhã até
às sete e meia (hora em que me passei...e tive de intervir) a "fazer piscinas" em casa... Pareciam martelos no tecto (no meu tecto, no chão da D.Carla), mas não ... eram mesmo os tacões da D.Carla. Segundo ela estava à espera de uma amiga que a viria buscar... E ela já estava pronta para saír. Ás sete e meia da manhã de um sábado, a clarividência e o raciocínio de quem trabalha toda a semana não são das melhores, mas percebi a partir dessa madrugada que tinha alguém com graves problemas psicológicos a viver por cima de mim.
E o que fazer? Durante quanto tempo mais vou ter de ouvir as novelas da SIC que a D.Carla ouve, os telefonemas, o arrastar dos móveis e os tacões das botas??
Ninguém sabe.
Ninguém quer saber.
E não... já desisti do plano maquiavélico de "exterminar" a D.Carla (inspirada num filme que vi há pouco tempo - "Duplex")..
O crime não compensa... Prefiro comprar uns tampões para os ouvidos e está resolvido.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Bote de Borracha e Pombinhos Afogados

Aí está a bela segunda-feira, a começar bem... sem gás em casa e com uma noite mal dormida, ainda com os trovões a ecoar nos ouvidos.
Quando chove uma noite inteira, qualquer humanóide que viva em Lisboa e arredores, devia ter, para sua precaução, um bote de borracha a remos... Sim a remos e seguramente chegaria mais rápido ao destino do que armado em automobilista anfíbio... Hora e meia a percorrer caminhos tortuosos e alagados, quando em dias ditos normais (secos e com sol como tão mal estamos habituados) demoro 15 minutos... Muito bom para se começar a semana bem (mal) disposta e com vontade de mandar tudo para um sítio menos molhado e mais mal cheiroso, e voltar para onde não devia ter saído... a minha querida cama.
Fazendo um recuo temporal, o dia de S.Valentim passou sem nota digna de registo... Eu faço "orgulhosamente" parte do grupo de pessoas que faz fincapé (é assim que se escreve, ou a palavra não existe mesmo?) em não celebrar... porque acho rídiculo e estupidificante jantar fora num dia desses... Primeiro é díficil jantar sem marcar, depois são pombinhos a mais e por fim tenho este mau feitio, enfim... E depois tenho um trauma que me marcou o ínicio da juventude, num dos dias 14 de Fevereiro, quando recebi um coração de cetim com uns braços a dizer "I'm Yours"... Percebi nesse dia que não tinha feitio para coleccionar bonecada e se calhar era melhor deixar bem explícito no início dos poucos namoros que vivi (felizmente...!!!) que existiam duas coisas que me tiravam a calma : uma era chamarem-me "Amor, Amorzinho" ou qualquer uma destas sem o A inicial, a outra era "ter de" celebrar o S.Valentim e "ter de" oferecer um presente só porque sim... Felizmente encontrei na minha "cara-metade" alguém que pensa como eu e não sente como eu esta estranha necessidade de mostrar todo o love num só dia...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Alívio

E depois veio o dia A... não de Amniocintese (nome bonito....) mas sim de Alívio.
Está tudo bem com o baby. Os resultados foram claros. Ele é saudável.
E isso é o que realmente importa para mim.
Agora vou viver esta fase da melhor forma possível. Basta de agonia, basta de angústia e de ansiedade.
Um dia de cada vez .

Seize the day.
Carpe diem.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sambona

Depois de um belo dia de cão, nada melhor do que dizer uns disparates...
Finalmente o carnaval passou...
Fico sempre aliviada depois desta festividade, porque normalmente significa que parte do Inverno já lá vai, os dias estão maiores e a depressão pós-natalícia e porque não carnavalesca!! passou de vez.
Aqui vai uma confissão... Já não gosto assim tanto do Carnaval... Chateia-me porque está sempre a chover... e depois porque é mais um dia do calendário que é obrigatória a diversão... e tudo o que não é de espontânea e livre vontade aborrece-me. Peço desculpa aos foliões que me rodeiam... Alguns deles já sabem desta minha "pequena aversão"... E depois são as músicas... Porque sempre as mesmas?? Porquê o "Charlie Brown" e a "Mamãe eu quero mamar"??? Porquê?? ALGUÉM SABE?
Claramente isto é um pouco de mau-feitio... Mas nem tudo é mau... Se virmos o lado positivo de tudo isto... Há alguma coisa melhor do que ligar a televisão e ver as banhas de uma tipa branquela qualquer da Mealhada/Ovar/Loulé armada em "Sambista" (ou será sambona... pronto dançarina de samba)... Não há nada mais divertido que isto... Mandar uma boa gargalhada à conta dessas imagens hilariantes do nosso Portugal Carnaval onde ninguém leva a mal, nem um pneuzito michelin... EHEHEH.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As minhas preciosidades


A angústia dos últimos dias está a passar.
Já canto no carro de novo e isso é sempre bom sinal.
Sem o apoio das pessoas que, por várias vias, me têem transmitido good vibrations, talvez não fosse possível.
A melhor coisa do mundo está nessa humanidade, que muitas vezes é diferente de pessoa para pessoa... Não precisamos todos de ser meigos e bonzinhos para sermos humanos com alguém. Ás vezes basta uma pequena dose de loucura para nos pôr a rir, uma frase mais dura para nos fazer pensar, um abraço forte para nos sentirmos bem... Não preciso de grandes actos para me sentir bem. Fico muito feliz por perceber que tenho verdadeiras preciosidades à minha volta que à sua maneira me fazem ... bem. Essas preciosidades são os amigos e a família (que também são amigos....).
Este post é dedicado (sem lamechiçes... mesmo com o ácido fólico à mistura...) a todos eles.
Aos dos telefonemas, das mensagens, das visitas, do fornecimento de várias comidas, revistas, séries, plantas que se transformam em flores... Aos que me obrigaram a ver o Noddy e me cantaram a música da "Ilha das Flores", aos que me mimaram até demais.... A todos Um Beijo do tamanho do Mundo!!!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

21 Dedos


De volta à rua. Finalmente saí de casa, depois de 4 longos dias de descanso obrigatório...E como tudo o que é imposto, sem ser por livre vontade, foi a custo que passei tantas horas sem poder saír da cama...
O dia A correu sem sobressaltos... As emoções estavam à flor da pele... Não dormi nada na véspera. Cheguei cedo à fábrica dos bébés (o que eu gosto de chamar á Maternidade Alfredo da Costa) e deparei-me com uma sala de espera com mulheres acompanhadas, que tal como eu estariam ali para o mesmo, a única diferença: a idade. Grande maioria eram mais velhas, com ar cansado de quem não desistira, mas que já passara por muito.
"O exame é de foro invasivo. Tem noção disto, certo? Vai ter de assinar um papel tipo "termo de responsabilidade" "... "Há riscos de 1,5% de poder perder o bébé, mas já deve saber.." Sim, eu já sabia. Claro que sabia. Li muito antes de deste dia e sabia ao que ia.
Antes do dito exame invasivo (vulgo agulha grande espetável na barriga...), fiz a ecografia. E foi uma agradável surpresa encontrar 2 médicos bem-dispostos, que conseguiram arrancar-me umas gargalhadas e esqueçer por momentos tudo o que ia acontecer. Devia ser a décima amniocintese feita nessa manhã por aqueles dois seres e mesmo assim a boa-disposição imperava, assim como a humanidade que muitas vezes pensamos (erradamente!!!) que jamais encontraremos em hospitais públicos. Antes da invasão, a revelação... "Tem as medidas todas normais, tem aqui os rins, a aorta, o coração, muito bem... e já viu tem 21 dedos!!" ... 21 DEDOS? A nervoseira não me deixou raciocinar, mas a imagem falou por si... E foi inchada de orgulho que vi o 21º dedo no ecrã... E isto das emoções tem um poder inimaginável.. A agulha invadiu e eu pouco ou nada senti das duas picadas previstas.
Agora é esperar. Tentar fazê-lo serenamente. Agarrei-me às boas vibrações que aquele momento me trouxe.
Foi o momento do 21º dedo que mais do que qualquer analgésico, calmante ou sonorífero, me trouxe a calma necessária e a felicidade eterna do segundo que valeu por tudo o resto.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Nuvenzinha


O dia A aproxima-se...
A de amniocintese... é esse o nome que dão ao exame que vou fazer.
O medo é inevitável, não da dor em si, mas de tudo o que o envolve e do que pode vir a seguir.
Sinto uma nuvenzinha por cima da cabeça... E sinto que mesmo com todos os abraços fortes que tenho recebido virtualmente, telefonicamente, fisicamente, telepaticamente... Mesmo assim ela persiste em ficar...
O medo e a ansiedade estão a ser díficeis de gerir. Mesmo com as histórias e experiências que tenho ouvido... Têem todas finais felizes.
Por muito que tente, sei que vou estar com os olhos marejados de lágrimas e as duas semanas de espera vão ser intermináveis. Saber esperar nunca foi uma virtude minha e desta vez vou ter mesmo de o saber fazer.
A nuvenzinha nunca mais se tranforma em chuva.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

a única receita possível...

e o telefonema chegou..
Depois de algum tempo a tentar distraír-me e a não pensar nisso...
Mais uma vez o meu sentido nº 6 não falhou... Continuo a achar que merecia ter um bocadinho dele dedicado só a adivinhar as estrelas e os nºs do Euromilhões... Mas não... Pelos vistos este sentido não tem qualquer exactidão numérica... é só para as sensações, muito pouco materialista portanto.
e lá veio a voz atrás do telefonema.
Voz rouca e séria, sem saber bem como começar a conversa... talvez com receio de encontrar alguém do outro lado menos preparado ou mais fragilizado..
o conteúdo da voz veio a seguir, sem grandes surpresas... porque o dito sexto já me tinha dado umas pinceladas do que poderia ser...
nada de grave, nada de bom. Apenas um limbo. Uma espera, mais uma dúvida, menos uma certeza (e será que existe alguma nesta existência).
Nada de planos para os próximos dias. Tudo cancelado, e o mínimo de ansiedade (se possível), porque vem aí mais um teste. E este é quase do dos nove (que eu nunca consegui fazer, mesmo com muita persistência, só mesmo a regra três simples...)... Será que depois deste a dúvida se dissipa??
A resposta é sim, a dúvida esvai-se... para o bem ou para o mal.. Respirar fundo. Pensar em coisas boas (como a praia, o mar, o sol quentinho, o pêssego à dentada, e um beijo depois de tudo isto). Ser positiva. Esta para mim é a melhor receita (a única possível).

E assim foi

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Não pode ser bom...


Quando esperamos por alguma coisa, o tempo parece não querer passar.
Olhamos segundo a segundo para o telemóvel que não toca... Tentamos ocupar a mente com outras coisas (em vão)... Escrevemos coisas desinteressantes em blogs... Fazemos de conta que está tudo bem.
Mas não...
Não está tudo bem.
Algo mais forte do que todas as metodologias, truques, malabarismos de distracção, está aí para nos invadir a mente, o espírito e a força anímica.
Estou assim aqui e agora.
Estupidamente à espera de um telefonema... e sem saber muito bem o que aí vem.
Sentindo que não é bom... não pode ser bom... Já tenho alguns anos disto... e sexto sentido nunca me faltou.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Viva os noivos!!

Metade do meu fim de semana foi dedicado ao casamento de uns amigos. A grande maioria das pessoas que eu conheço não gostam de casamentos, acham uma seca e uma perda de tempo... Mas eu confesso que adoro casamentos... Principalmente quando se tratam de amigos que estão a casar... Normalmente emociono-me com a entrada da noiva na Igreja, sei que não abona muito a meu favor...não que tenha vergonha, só porque a maquilhagem vai à vida nos primeiros 30 minutos do dia...
Gosto da festa e do convívio. Acho que faz todo o sentido festejar esse passo. Já o fiz e foi dos dias mais divertidos que tive na vida.
Apesar de saber que se gasta um balúrdio, que é um negócio cheio de pormenores sem sentido, que as pessoas perdem um pouco a cabeça com os €€€, continuo a defender que vale a pena, porque é um dia único e pode ser festejado das mais variadas formas e sem gastar tanto assim.
Neste em particular, diverti-me bastante. Apesar de ter sapato novo no pé, só saí da pista de dança, quando me apercebi que se pulasse mais uma vez deixaria de poder caminhar até ao carro... Foi um dia/noite muito sóbrios, sem alcóol devido à nova condição e sinceramente foi uma agradável surpresa... Percebi que estando sóbria, além de não ter os efeitos nefastos do dia a seguir (eheheheheh), consigo ter conversas interessantes e seguidas sem repetir 357 mil vezes as mesmas palavras, não tenho quaisquer dificuldades em ir à WC sózinha, consigo despedir-me condignamente dos noivos e desejar-lhes uma excelente lua-de-mel... Obviamente que estando com os copos, é tudo bem mais divertido... Mas confesso que gostei desta cena saudávelzita...
Mais uma vez confirmei algumas teorias sobre casamentos e festividades semelhantes: há sempre um dançarino que ao fim da 3ª música já tem a camisa empapada em suor. Chamo a atenção para este tipo de personagem, pois normalmente puxa as pessoas (género feminino) para dançarem e as vítimas arriscam-se a saír do casamento (além do vestido molhado) com uma ou outra distensão muscular. Há sempre uma revelação de loucura - pessoas com idade para serem nossos pais/mães, mas com uma energia acima da média, principalmente quando começa a dar o "I will Survive..." O casal de namorados que acha que pode teletransportar-se para um cenário de Dirty Dancing e dar show... A "brasa entradota e divorciada" que normalmente se transforma em radar ultra-sensorial e que ao final da noite se despede dos empregados... E todos os restantes que já bem bebidos dão largas às suas fantasias mais estranhas, inclusivé tirar fotografias em movimento, a tudo o que mexa, salte ou ameaçe saltar...
Foi um casamento fantástico, muito divertido e com muito para recordar!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Sobreviver

Quando trabalhamos em empresas de alguma dimensão, corremos riscos... Tal como em cenários selváticos... Ou mesmo Jurássicos.
Impressionante a variedade de espécimes que encontramos nestes ambientes.
Mesmo depois de algum tempo de frequência, continuamos a ser avassalados com autênticas pérolas da variedade morfológica humanóide...
Há que manter a força interior e sempre que der usarmos a nossa carga animal para nos defendermos... Tudo o que aprendemos quando éramos pequenos sobre .. ética e bons costumes é tanga... Aquela coisa do "não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti..." não se aplica e deve ser transformado em "Se te fizerem duas vezes aquilo que não gostas que te façam , à terceira já sabes ... retalia da mesma moeda..." O tempo "perdido" a jogar ao galo nas aulas de Moral podia ter sido gasto a jogar futebol humano, ou então ao Indiana Jones...
E quando falo em espécimes jurássicos, não falo só no T-Rex devorador e carnívoro, falo no Mosquito verde alface que faz um barulho irritante e zumbe nos nossos ouvidos sem haver pesticida ou dum-dum que o aniquile. Há depois o dinossauro herbívoro que passa a vida a ruminar folhas de Àrvore, não faz mal a uma mosca, mas também não sabe bem o que anda a fazer além do que lhe ensinaram desde que nasceu - ruminar...
Trabalhar em grandes empresas é perigoso mas ao mesmo do mais rico que há a nível sócio-cultural.
Aqui como em qualquer outro lugar, desde o moço dos Correios que não tem expressão facial, até ao Chefe que saca altas secreções narigais e faz delas matéria catapultável para o horizonte... todos sem excepção têem uma riqueza natural difícil de ignorar. Darwin ia gostar... Eu ainda vou escrever um livro sobre estas e outras tretas.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Vai ser um daqueles em cheio

2008.
Depois das festas, um regresso diferente... sempre igual mas diferente do que era o ano passado.
A fronteira do 31/12 para o 01/01 faz-se com um salto de uma cadeira, com as mãos cheias de passas, um copo meio tremido de champagne, goelas bem abertas a fazer a contagem decrescente, brinde olhos nos olhos, beijinhos e abraços e figas (se ainda se conseguir tal é o número de coisas que se tem de fazer naqueles 60 segundos)... figas bem feitas para que os próximos 365 dias (neste ano + 1) sejam tão bons como os que passaram... Os mais "certinhos" fazem (não sei como conseguem...) uns momentos de silêncio, digo eu, para pedirem desejos (será?)...nunca consigo... é como quando vemos uma estrela cadente, ou sopramos e trincamos a vela do bolo de anos...nunca me vem nada à ideia... Pelo menos nada de concreto...Só saúde e felicidade. Simples mas sincero, tendo em conta o pouco tempo que temos para emitir a dita prece.
2007 foi bom mas 2008 vai ser melhor.
Há que pensar positivo, enquanto consigo...
Vai ser um ponto de partida para mim. Nada vai ser como dantes (dizem...), a tua vida vai mudar, estás preparada?, entre outras afirmações ameaçadoras de qualquer estado de serenidade.
Como tomei uma decisão practicamente desde que nasci e a tornei no meu lema de vida - viver um dia de cada vez e gozá-lo sempre... Acho que vou ter de continuar a esperar que a minha vida mude de tal forma como o apregoam...
Se fiz tudo o que era suposto naquele último minuto de 2007 (confesso que não comi as passas todas...), só peço saúde e felicidade para mim, para quem está comigo e para quem vem a caminho.