sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tuga com tiques germanicos

Trabalho numa empresa de engenheiros.
Há 7 anos. e meio.
Aprendi a ser práctica, a safar-me, a olhar para as coisas dificeis com sentimentos descomplicados (aprendi que podem existir sentimentos que não complicam), sigo a máxima do straight to the point, sem coisinhas e florzinhas.
A empresa é de engenheiros e tem cultura alemã...
E não que me tenha tornado numa Tuga Merkel, nem pensar, mas dentro da minha portugalidade não consigo fugir a alguns tiques que vou apanhando por aqui... E o sentido do "ter de fazer" e "não deixar para amanhã o que pode ser feito já", e a responsabilidade, e alguma seriedade, e o respeito pela vida pessoal, e o não me deixar levar por angústias, o não alimentar conversas de corredor e de cafézinho, o olhar para a frente que atrás vem gente... Dentro destas e de outras máximas tugo-germânicas pode estar a cura para muita gente deprimida... mas não deixa de ser uma teoria muito minha.
Porém mesmo dentro desta bolha, por vezes cruzo-me com pessoinhas... Reunião de 1 hora e meia para discutir e preparar respostas conjuntas sobre um tema que não é de todo interessante. Passada a hora e meia e depois de tudo estar mais que escrito e revisto, salta a criatura que diz que tem de rever tudo de novo porque sente que faltam ... ... ... virgulas.
Portanto mesmo em empresas de engenharia com filosofia e cultura alemã, há gente preocupada com a bela da virgula e onde é que ela está colocada...
Enquanto estou a fazer isto, não estou a fazer outra coisa pior - outra máxima aprendida por aqui...

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