É no carro que me ocorrem as ideias, os pensamentos, as parvoeiras. Falo alto no carro e canto (por vezes), tiro conclusões e faço teorias dignas de doutoramento... Aqui passo para a escrita o que o meu carro ouve...e os meus cuquedos também :)
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Quando for grande...
Viver do que a terra me dá e do que semeio nela.
Não depender de humanóides com humores e hábitos e intrigas e angústias... Esqueçer os milhões e os trilhões e todas as suas casas decimais e desvios.
Hoje apetecia-me largar este teclado e pegar numa enchada.
Juro que sim!
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
DM

Fui ver Depeche Mode.
Amei.
A mistura de gentes diferentes impressionou-me. Fiquei feliz por ver punks e góticos. Pensava que já se tinham extinguido, mas não... Vi yuppies de camisa e pullover às costas. Vi pessoas, muitas!
A música tem um poder formidável. Junta num só espaço estilos e pessoas tão antagónicas, de mundos tão diferentes...
A música tem esta vertente unificadora, junta vozes e gritos, som e ruído, luz e escuridão. Silêncio no fim... Enjoy it!
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm
Enjoy the silence...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Um problema que não é assim tão grande
Fui à farmácia e pedi um creme que me acalmasse o problema, que não é assim tão grande.
Nasci com ele e quando ando mais nervosa, o problema que não é assim tão grande, manifesta-se e a pele da minha testa a modos que escama (qual cobra em processo de regeneração...)...
O problema tem um nome... e eu conheço-o bem.
Como dizia fui à farmácia e uma criatura com arames nos dentes e elásticos a ligar maxilares atendeu-me.
Como disse, pedi algo que acalmasse esta "escamação" e ao mesmo tempo hidratasse a dita... Nada de muito problemático, penseu eu...
A criatura de elásticos a ligar os maxilares, aproximou-se da minha testa, como se nela estivesse inscrita a epidemia mais rara de todos os tempos e com um ar altamente problemático: "a senhora tem um PROBLEMA e chama-se ...." o nome que eu já conhecia e sei que tenho desde que nasci...
Senti-me aliviada.
Por 5 segundos (o tempo da pesquisa científica da dita criatura à minha testa...) fiquei em pânico...Pela expressão da boca feita de elásticos e arames, imaginei logo um prognóstico aterrador e mortífero... mas não... O mais aterrador de tudo isto foram mesmo os elásticos (que se assemelham a saliva a colar os lábios, qual líder do PCP...) e a conta no final!!
Uma pessoa já não pode ter uma escamação básica que querem logo chamar-lhe um nome pomposo! Irra!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Stand by
Alguns amigos decidem juntar-se num sábado ao fim da tarde para lanche, jantar e convívio.
3 casais todos com pequenas criaturas - António de 1 ano, Clara de 1 ano, Matilde quase com 1 ano (pronto 8 meses)...
A comida tem óptimo aspecto, o vinho está no ponto, as conversas também... Tudo na boa, como é apanágio!!! Faz lembrar as jantaradas de Megéve, dignas de estrelas Michelin, não só a comida mas também a companhia...
Mas agora tudo mudou...
Há 3 criaturas que conseguem revolucionar um simples jantar...
E não falo apenas do moche que o António fez à Matilde, e da tentativa furtiva de arrancar o olho esquerdo à Clara... Isto é o menos... Estamos todos diferentes... enfim mais ocupados talvez!
Se um choraminga, o outro refila, se um tenta derrubar a televisão, o outro está com imenso sono... de vez em quando lá sossegam quando alguém se lembra de pôr o "Burro Inteligente" na televisão... Mas o sossego dura pouco, porque eles não têem o botão do "stand-by" activo e o António então está sempre em On até perder a pilha (que é daquelas que dura e dura...)!!
Mesmo assim temos de continuar a tentar! Da próxima pode ser lá em casa... ok?
http://www.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=25569&e_id=&c_id=8&dif=tv
Coisas que me irritam
- darem diminutivos às coisas como por exemplo - "queijinho", "sopinha", "frutinha", e tudo o que tenha inho e inha.... sem que haja qualquer intenção de diminuir seja o que for!
- chamarem "comer" à comida - comer é um verbo certo??
- cheiro a fritos na roupa e no cabelo
- malta que come de boca aberta
- migalhas
- não saber o que vestir
- pior ... não ter NADA para vestir
- o meio do mês
- o meio da semana
- domingo à tarde
.... vou suspender por aqui...quem quiser acrescentar já sabe!!
Ser-se multinacional
Leio isto vezes sem conta em anúncios de emprego e rio por dentro.
Os ambientes multinacionais são engrançados. São tão nacionais e portuguesinhos que dá gosto!!
Trabalhar em ambiente multinacional devia pressupôr "conviver" com as várias nacionalidades (daí a expressão), com as várias culturas, mentalidades, religiões e formas de ver o mundo...
De vez em quando sinto isso, mas muitas vezes vejo-me rodeada de portugueses que de tão multinacionais que pretendem ser, esquecem o que são, de onde vêem e das coisas boas que podem representar.
Assusto-me com facilidade quando vejo esses seres multinacionais a resistirem com tenacidade às diferenças e à multiculturalidade... Fico doente quando me apercebo que de tão multinacionais que são acham que a vida perfeita seria ter um copo do starbucks na mão, um donut na outra e muito cenário das séries americanas na cabeçinha.
Gosto cada vez mais das coisas simples que a nossa nacionalidade comporta... Gosto do cheiro dos mercados, gosto da bica a escaldar de manhã, gosto da boa comida e do saber receber, gosto de ver que ainda existem resistentes que querem defender o que é nosso e preferem as lojinhas de rua aos grandes centros hiper e superes que proliferam por aí.
Vivo orgulhosamente no centro da cidade mais bonita do mundo e todos os dias descubro nela coisas deliciosamente novas e engrançadas.
Esta foi a última... Fiquei fã.
http://www.biomiosotis.com/
Ser-se multinacional... Primeiro que tudo há-que ser nacional, bairrista, conhecedor do que é nosso, para poder partir e voltar com vontade de mudar ou não o que nos rodeia.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Música
É super foleira mas...
Foi o suficiente para tornar a manhã menos dolorosa.
Talvez porque remeteu-me para tempos mais loucos..
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Desabafo
Posso?
Já passaram quase 3 meses e já fui e vim de férias. Não vou falar delas agora...Seria catastrófico. Principalmente porque não as sinto no meu corpinho.. já passou muito tempo e já não me lembro.
As eleições já foram também e ficou quase tudo na mesma... A caravana passa, os cães ladram, mas o tuga decidiu deixar tudo na mesma como a lesma... mas também não vou falar disso, porque precisaria de muitos posts para dizer tudo o que penso sobre as eleições em Portugal.
O António começou a sua nova vida na creche... Nova fase, novidades todos os dias, mais partilha, mais convívio.. Tudo leva a crer que ele gosta e precisa de conviver com outras crianças. Eu defendo isto com unhas e dentes... e por vezes não é fácil levar esta minha demanda a bom porto. A creche não é perfeita, é pequena mas limpinha. Tem um jardim nas traseiras que a torna mais encantadora do que inicialmente aparenta. As educadoras são queridas e conhecem bem os meninos todos... O António é dos mais reguilas (pronto é o mais...), porque não pára um segundo e tem a mania de morder nas crianças... O único problema derivado da questão é que o António semana sim, semana não está doente em casa. Nada de doenças graves , mas são suficientes para fazer algumas àguas chegarem a alguns moinhos... O António podia ficar em casa com a avó, mas não fica porque tem uma mãe e um pai que acham que para ele é melhor estar na creche, porque aprende a partilhar, a dividir, a esperar pela sua vez, no fundo a viver um bocadinho em sociedade. O António podia ficar em casa com a avó que o trata lindamente, passeia com ele, tem todo o tempo do mundo para lhe dar as atenções e os mimos, que tem muita paciência na hora das refeições, que está sempre disponível para ele... mas a mãe e o pai do António decidiram inscrevê-lo na creche, apesar de tudo. As dúvidas e interrogações persistem nestes dias não fáceis em que o António tem de ficar em casa rodeado de soro fisiológico, aerossóis e afins... E a situação (que se repetiu algumas vezes no espaço de 2 meses e meio) dá muito jeito a quem não concorda com a decisão dos pais do António e que mesmo em silêncio, enche-me os ouvidos com preocupações, ansiedades e frustrações. Enfim há pessoas que nasceram para se preocuparem, para criarem expectativas, para fazerem prognósticos dramáticos antes do jogo acabar. Perante isto, e com este desabafo a ajudar, tenho apenas a dizer que não sou uma mãe perfeita, mas quero o melhor para o António e faço por isso, mesmo que as àguas que por vezes encontro me queiram fazer acreditar o contrário.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
O segredo das slips penduradas
Férias faltam poucas horas
Alívio e leveza. Sinto-me bem.
Foi uma semana agitada e socialmente estimulante... Recuperei alguns momentos que gostava de ter mais vezes com amigos e pessoas próximas, fui ao teatro, jantei fora, bebi chá numa noite fabulosa com uma vista linda sobre a cidade... Foi tudo muito bom.
Agora vou de férias. Quero estar com quem gosta mesmo de mim. Com os meus amores. Quero muito respirar fundo e sorrir com preguiça. Tomar o leite frio pela manhã ainda de pijama e descalça, livre de horários e de pressas. Quero pisar a areia da praia e enrolar-me nela como um croquete. Fazer poças e poçinhas e ficar ali de molho com o António até os dedos de ambos se engelharem. Quero ir de férias e esqueçer tudo, passwords, reminders, conferências telefónicas, moderniçes...
Férias - faltam poucas horas.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Observar e ser observado

Não sou de todo alguém que não se deixa "influenciar" por aquilo que a rodeia... Explicando-me melhor, não consigo ser indiferente a 100% a situações que assisto na minha humilde existência.
Hoje e ontem fui observada e observadora em 2 ocasiões tão distintas mas que estão ligadas entre si.
Ontem enquanto ser observado. Eu, mãe de um baby de 1 ano e dias, fui jantar fora por ocasião de um aniversário de uma pessoa importante - brother in law, irmão por lei, ou melhor irmão do marido.. Não tendo com quem deixar o baby, levei-o comigo. Sou a primeira pessoa da lista de pessoas que defendem que os bébés e os restaurantes não são elementos harmoniosamente conjugáveis, principalmente bébés que já não gostam de estar 2 horas sentados (presos) numa cadeira, que não sabem andar (estão em aprendizagem) e que não sabendo falar, comunicam à sua maneira, muitas vezes de uma forma altamente sonora (na práctica palram num volume crescente, se possível um ou dois tons acima do timbre que ouvem)... Ontem foi o caso. O António pintou a manta no restaurante. Esperneou, guinchou, fez birras, nem o carro que ele adora, nem o livro dos camiões, nem uma côdea de pão... nada o acalmou. E tinha toda a razão para estar chateado, eram horas de dormir e não de estar ali naquela sala cheia de gente barulhenta e comilona.. O jantar podia ter sido mais fácil, mas não foi. E ainda foi mais díficil quando o meu radar (que está sempre sintonizadíssimo) percebeu que estávamos a ser observados e criticados por um casal que estava a jantar na mesa mesmo ao lado da nossa. Não foi uma sensação boa, esta, de sentir que estamos de facto a incomodar alguém, mas tendo em conta que o mal está feito e não vale a pena chorar no molhado, apenas posso dizer a essas pessoazinhas que faziam caras de horror cada vez que o António palrava um bocadinho mais alto, temos muita pena, mas a vida é assim pessoazinhas. Nem sempre os jantares nos correm como nós queremos... (confesso que no mais íntimo do meu maquiavélico ser desejei uma durchfall básica para cada um... e aí sim façam caras horrorizadas com alguma razão de ser, ok?!!)
Hoje como ser observador... Bebericava devagarinho uma meia de leite a escaldar e quase queimei a língua quando uma mulher grande e histérica entrou pelo café a dentro e acordou toda as almas que ali estavam à procura de uma manhã serena e despojada de stress... Gritava porque a filha não se decidia entre um folhado de salsicha ou uma empada de vitela... Chiça! E que precisava de comer... "Joana Filipa (com muita entoação no FiiiiLiiipa) tu decide-te!!! Tens de comer ouvistes???".. E com os mesmos modos com que falava com a Joana Fiiiliiipa dirigiu-se ao senhor que serve ao balcão e vociferou "É mais um compal fresh de maçã e e outro de manga papaia!! Frescos!" O desgraçado do homem lá procurou os sabores do meio de tantas garrafas de sabores diferentes e com a dificuldade em encontrar tal especificidade, ainda levou com as orientações da criatura que apontava, com uma precisão de unha de gel roxa, em que direcção se encontravam os tais néctares... Enquanto observadora, não fiz qualquer esgar de horror...ou pelo menos tentei sei discreta. Pedi a conta e deixei a meia de leite a arrefecer na chávena. Confesso que senti medo daquela criatura e das suas unhas de gel...Será que se pega? Hope not.
Serenidade
Está um dia lindo com o céu pintado de azul e apenas alguns apontamentos de nuvens que apenas lá estão para quebrar o homogéneo deste efeito cromático.
Nestes dias queria ser tudo, menos alguém que trabalha enclausurada num escritório cinzento, feito de pessoas igualmente cinzentas.
Daqui vejo o rio que abraça o mar brilhante.
Daqui mesmo, deste cinzento escritório... vislumbro e aprecio no silêncio do meu lugar, a infinitude prateada desse encontro mágico entre Tejo e Atlântico.
Basta isto para encontrar a serenidade que tanto preciso para enfrentar as durezas que fazem parte da rotina do dia-a-dia.
Apenas preciso de parar e olhar... e assim respirar desta forma este estado de paz.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
30
E eu faço anos - 30, três dezenas deles. Ui.
Nada disso. Não sinto o peso da idade, só quando me peso na balança (aí sim...digo ui...) e quando me dizem "Só 30?"... O que significa isto? Quero acreditar que significa que fazer 30 anos é fixe, mas que fazer 31,32,33, 86.. é muito melhor e eu só tenho de ficar expectante por isso. Bela forma de dar a volta à coisa...ein?
Hoje está um dia cinzento e triste, mas eu não estou nada disso.
Acordei às 7 da matina com o António meio acordado a palrar qualquer coisa como bábábá..
Fui buscá-lo e levei-o para uma sessão de ronhiçe matinal na cama dos pápás que ele adora, ou não fosse filho de quem é...
Brinquei com ele até às 8 - hora de ir para casa da avó.
Tomei um belo banho. Fui buscar o bolo de aniversário para o trabalho e encomendar o bolo da noite. Vim para o trabalho... Atendi muitos telefonemas, falei com pessoas espectaculares (amigos e família!!). Almoçei com o meu mais que tudo. Recebi duas prendas ainda mais espectaculares - o livro novo do MST e uma mala linda de morrer... e ainda o dia vai a meio!!
O que é que uma trintinha (gira) pode querer mais?
Por enquanto nada a apontar para esta nova fase que vai começar!
terça-feira, 21 de julho de 2009
Man on the moon

Mott the Hoople and the Game of Life. Yeah, yeah, yeah, yeah
Andy Kaufman in the wrestling match. Yeah, yeah, yeah, yeah
Monopoly, twenty one, checkers, and chess. Yeah, yeah, yeah, yeah
Mister Fred Blassie in a breakfast mess. Yeah, yeah, yeah, yeah
Let's play Twister, let's play Risk. Yeah, yeah, yeah, yeah
See you in heaven if you make the list. Yeah, yeah, yeah, yeah
Hey Andy, did you hear about this one? Tell me, are you locked in the punch?
Hey Andy, are you goofing on Elvis? Hey baby, are we losing touch?
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
Moses went walking with the staff of wood. Yeah, yeah, yeah, yeah
Newton got beaned by the apple good. Yeah, yeah, yeah, yeah
Egypt was troubled by the horrible asp. Yeah, yeah, yeah, yeah
Mister Charles Darwin had the gall to ask. Yeah, yeah, yeah, yeah
Hey Andy, did you hear about this one? Tell me, are you locked in the punch?
Hey Andy, are you goofing on Elvis? Hey baby, are you having fun?
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
Here's a little agit for the never-believer. Yeah, yeah, yeah, yeah
Here's a little ghost for the offering. Yeah, yeah, yeah, yeah
Here's a truck stop instead of Saint Peter's. Yeah, yeah, yeah, yeah
Mister Andy Kaufman's gone wrestling (wrestling bears). Yeah, yeah, yeah, yeah
Hey Andy, did you hear about this one? Tell me, are you locked in the punch?
Hey Andy, are you goofing on Elvis? Hey baby, are we losing touch?
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
If you believed they put a man on the moon, man on the moon
If you believe there's nothing up my sleeve, then nothing is cool
(R.E.M.)
Para os mais descrentes.
Para os crentes.
Para os defensores das teorias da conspiração.
Para os que sonham com a lua.
Para os que estão sempre na lua.
O homem pisou a lua há 40 anos atrás.
As barracas da minha praia

Sinto o frio húmido misturado com o cheiro salgado da espuma que vem do mar.. O cheiro dos papossecos crocantes e quentes com manteiga e o café com leite sabiam a manjares e jamais aqueles sabores souberam tão bem como naquela época. A casa era grande mas nossa... Da varanda viamos ao longe o horizonte e na expectativa imaginávamos sempre de que cor estaria a bandeira que ditava as regras na praia..
Descia aquela rua de uma felicidade e de uma liberdade que nunca mais senti.
A minha praia era feita de barracas coloridas com paus com números e cores.
A nossa era sempre a 30, de paus amarelos e tecido às riscas...a dona Adelina vinha descalça com as suas sete saias e os seus brincos de ouro abrir a barraca ainda meio húmida da noite que tinha ido embora e dava lugar ao dia que amanhecia envergonhado e enublado...Normalmente ficávamos na última barraca da fila, mais perto do mar, para "o avô ver os garotos que não são de fiar..." e era desta forma que corríamos sem medos para as àguas frias daquele mar nazareno que nos esperava com bandeira verde, sempre a ameaçar para o amarelo...
"o mar é nosso!!" - diziam os miúdos da praia que corriam e molhavam tudo e todos, mesmo aqueles que a tiritar só o pé queriam refrescar...
Mas o mar era de todos, pensava eu... e aquele era quase também um bocadinho meu. Mal eu sonhava que faria parte de mim como se de uma tatuagem se tratasse.
Foi nele que aprendi a nadar, foi nele que me enrolei vezes sem conta, foi nele que me inspirei, foi dele que tive saudades o ano todo, foi por ele que suspirei os primeiros amores de verão, foi com aquele mar como cenário que disse que seria para sempre a quem amo.... Aquele mar também é um pouco meu..
As barracas da minha praia trazem saudades da inocência de verões longos e salgados que eram feitos de bolacha americana, lábios roxos de frio, matinés de cinema, gelados da Conchanata, músicas de verão no S.Miguel, beijinhos escondidos no Pé-Leve, infindáveis pôres do sol atrás do Guilhim..
A minha praia é feita de barracas de cores e sonhos longínquos.
A ela voltarei sempre que posso, deixando-me levar pelas recordações que fazem dela a minha praia de sonhos e desejos, a minha praia de barracas feita..
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Desacelaremos em nome da felicidade

Hoje, neste preciso momento e tal como eu, milhões de portugueses bocejam depois de mais um almoço de sexta-feira e anseiam pelo dia mais feliz do ano .. o dia em que vão de férias.
É quase surreal a forma como vivemos as nossas vidas, contando os riscos que representam os penosos dias a que apelidam de "úteis", como se fôssemos prisioneiros de uma existência que é só e apenas nossa. A verdade é que vivemos de tal forma ansiosos por esse dia que, se calhar, perdemos a noção do que se passa no caminho (tortuoso é certo...) até chegarmos a ele.
E assim se passam semanas, meses, trimestres, semestres, anos... tão rapidamente que sentimos que o tempo voa, passa por nós desenfreadamente e depois vem o célebre "queixume" ... "o tempo passa a correr... oh como é possível??? já passou um ano? como está crescido...ah e tal e coisa, blá blá blá!!!!
Será que a culpa é MESMO da correria do tempo??? Ou é nossa...aqui dos apressadinhos que só queremos é que as semanas passem a correr para vir o fim de semana, etc?
Façam um favor a vós mesmos... Desacelerem. Tornem-se típicos condutores domingueiros. O fim de semana vai estar lá na mesma e também somos felizes quando é segunda-feira (se quisermos e com algum esforço!!!).
O que interessa é aproveitar ao máximo seja lá o que for, nem que seja a bica da manhã, a música na rádio ao fim da tarde, a "bed-time story" ao deitar... Qualquer coisa vale, o que importa é tentarmos ser felizes, ok?
(...não pensem que esta conversa deve-se apenas e sómente ao facto de ser sexta-feira... eu estou mesmo a tentar mudar o meu mind-set, juro!!!)
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Em busca da criatividade perdida

Numa tentativa de fugir ao mundo "Excel" que me rodeia decidi iniciar um curso intensivo de escrita criativa... São 3horas e meia de escrever, escrever, escrever ... com todos os impulsos, desde imaginar que sou uma aspirina efervescente a caír num copo de àgua, até descrever um homem mexicano chamado Pepe usando apenas expressões sensoriais... ou seja descrevê-lo como se fosse cega.
São momentos em que me esqueço de toda a realidade da vida do dia-a-dia e mergulho numa busca pela criatividade..
E ser criativo? Isso aprende-se? Ou nasce connosco?
Eu acho que é possível aprendermos a despertá-la em nós. Por vezes as ideias estão lá, mas nós não damos por elas.
Já dei por mim a vir no meu carro e de repente começo a pensar nalguma coisa gira e altamente interessante que podia "postar" aqui... e depois "puff..." a ideia vai-se e fica a frustação de não ter escrito em lado nenhum a espectacular ideia para tornar este blog um bocadito mais fixe..
Ser criativo pode ser treinado. Ser criativo pode partir principalmente da forma como vemos as coisas, as pessoas, o mundo que nos envolve e nos rodeia. E questioná-lo sempre, nunca admitindo que o que vemos é sómente isso, quando pode ser muito mais.
Já pensei em passar para o blog alguns textos que resultaram das aulas... talvez.
Acho que é um curso muito válido não só para quem gosta de escrever, mas também para quem sente a sua forma de ver o mundo cada vez mais cinzenta e monótona.
Portanto se quiserem sentir que a existência de uma aspirina efervescente pode ser algo de um potencial interesse e magia, experimentem...
www.companhiadoeu.com
terça-feira, 14 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Noddy's magic

O Noddy entrou oficialmente na minha vida.
Pensei que nunca acontecesse. Ingenuamente devo ter dito há uns tempos "Noddy?!?Que horror?!?Esse bonequinho colorido e com a sexualidade mal definida... jamais, em tempo algum...nem dvd's, nem filmes, nem bonecos... nada entra lá em casa!"
Pela boca morre o peixe e eu tenho de me render às evidências quase hipnóticas dessa criatura que tem um carro amarelo...
O António adora o Noddy... ADORA... desde a primeira vez que viu uma réplica da criatura num Centro comercial e riu-se para ele como se dissesse : "Ei tu aí!!Tens um ar tão fixe!! Vamos brincar!??" e começou a bater com as mãos e com os pés, tudo ao mesmo tempo (algo que ele faz sempre que fica contente...)... E depois veio um boneco oferecido pela avó (perigo eminente ... dão tudo aos meninos, o que é bom e o que não é, quem se lixa são os pais), e depois veio a revista (sim há revistas do Noddy... que oferecem luvas de lã em pleno Verão... muito bom!!) e depois e depois...veio aquela tentação estúpida de um dia que o baby não queria a sopa, e alguém se lembrou "e se puséssemos algo do noddy para ele ver??"... e as maravilhas da Adsl em conjunto com o mundo fantástico do youtube fecharam a parvoíce... E o Noddy com a música do genérico apareceu no ecran do PC lá de casa... O António sorriu, acalmou, hipnotizou e ficou tão anjinho como nunca pronto a comer qualquer coisa, até sopa de beterraba... E comeu tudo, sem espinhas...
A partir deste momento, rendi-me ao Noddy e aos seus poderes. Não consigo explicar o porquê, mas o que é certo é que existe "qualquer coisa" naquela criatura que faz com que os miúdos o adorem...
E eu também passei a adorá-lo, juro... já o acho querido e tal...tal.. depois de assistir ao genérico 157 vezes, é tudo lindo e amarelo como o carro do Noddy.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Caipironho
sou capaz de ir de propósito ao sítio onde provei só para bebericar outro...
Foi um jantar a repetir, pelo sítio e pela companhia claro!!!
Vão... mas não divulguem muito... e provem a salada de damascos, a tiborna de queijo de cabra que sabe a alecrim e a campo e a casas rústicas... Tão bom e tão despretensioso que vale a pena voltar mais vezes... Chama-se Taberna Ideal... e tem tudo o que uma taberna deve ter, incluindo coisas modernaças como o caipironho que é um verdadeiro nectar dos deuses amigos desse grande maluco chamado Baco...hip..hip..
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A FESTA
E a festa aconteceu.
Num sítio bem no centro da cidade, com vista para o rio.
Houve balões, crianças, doces, amigos, família e carne assada para mais de 2 semanas.
Foi bom e rápido. Emocionei-me, comovi-me, stressei-me, curti, cansei, enfim adorei!
O meu filhote fez um ano e já vos disse que está lindo!! Pois está mesmo, babiçes à parte que eu nem gosto muito, está mesmo...
Venha o próximo.... ano!!!! (o que é que pensaram hein??? isto agora tem de ser calma...logo vai logo vai)
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Amor de Mãe

O António faz um ano daqui a dois dias...
Há um ano estava que parecia um barril (ou barrote), não via os pés há uns tempos, bufava de calor e mau feitio... Há um ano estava ansiosa qual menininha com medo... vinha aí um bébé que era meu mas apesar dos nove meses na barriga, eu ainda não o sentia todo meu... Essa coisa de as mulheres habituarem-se mais rapidamente ao novo papel que os homens, porque elas carregam nove meses com o bébé não é totalmente verdadeira... Tudo bem, em termos hormonais somos realmente preparadas para este papel, mas é sempre diferente quando o vemos pela primeira vez... depois de 12 horas de trabalho de parto, 3 doses de epidurais, "toques e mais toques", enfermeiras em cima da barriga a gritarem/grunhirem "força mãe!!!força mãe!!!" (mãe? eu? o meu nome é Marta... bolas nem tempo dão para uma pessoa se habituar...), algo surge no nosso ângulo de visão... algo não... alguém a respirar que deitam em cima do nosso peito... e ali começa tudo e este tudo nada tem a ver com o que foram os nove meses anteriores... é muito mais intenso, muito mais verdadeiro, muito mais carnal. Este tudo é para sempre, eterno e imortal... Este tudo chama-se Amor (de mãe, sim esse mesmo!)... Amor para sempre. Um ano não é nada e é tudo. Este tudo não deixa margem para dúvidas. Este tudo é mesmo meu. Todos os dias este tudo cresce exponencialmente... eternamente.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Rei da Pop
O que é certo é que Michael Jackson só houve um, preto ou branco, com meia branca a saír da calça, dançava como ninguém e marcou uma, muitas gerações.
Esteja onde estiver espero que continue a dar música e festa por lá pois era isso que melhor sabia fazer.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Férias em Família
As primeiras férias em família já se foram.
Uma semana com mais 2 famílias de amigos, com crianças e babys, fraldas e bacios, papas e bóias, s e muito Panda Kung Fu e Mcqueen (do filme Cars, "Bikini" para os amigos e principalmente para o Guigo que com dois anitos é fã nº 1 desta personagem)...
Foram férias cheias, completas, giras, com calor do sol e calor humano. Foi bom para mim, apesar do António ter estado doente e as idas tão aguardadas à praia terem sido obviamente adiadas.
Mais uma vez rumámos para a costa vicentina, à procura de sossego, ondas e cheiro a esteva. Esteve lá tudo, sem tirar nem pôr. Encontrámos uma casa top de um bife (filho da mãe... grande vida que o gajo deve ter...) que nos encheu as medidas. Fora de tudo, com vista para as serras e com o atlântico ao fundo... O que mais podemos pedir. Nada. Só mais saúdinha para o baby da próxima vez que formos.. Mas já me disseram que é típico de férias de pais e mães... os filhos gostam sempre de uma febrezita básica nas férias, faz parte do roteiro... Felizmente não foi nada de grave e deu para gozar tudo na mesma... principalmente a amizade.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Amanhã pode ser londe demais
Fico passada com notícias destas... A queda do avião da Air-France em pleno oceano atlântico faz-me pensar, pensar, pensar... que a vida acaba de um minuto para o outro e que os aviões caem, não chegam ao destino conforme expectável, que há pessoas com pouca sorte (ou destino traçado..) e que há outras que escapam por um triz.
Coisas destas fazem-me acreditar cada vez mais na expressão "Carpe Diem", aproveita o dia, porque amanhã já poderá ser longe demais...
P' la janela, mal fechada
Entra já a luz do dia
Morre a sombra, desejada
Numa esperança fugi um dia
Foi uma, noite sem sono
entre saliva e suor
com um travo, de abandono
e gosto a outro sabor
Dizes-me até amanhã
que tem de ser, que te vais
porque o amanhã, sabes bem
é sempre longe demais
acendo mais um cigarro
invento mil ideais
só que amanhã sei-o bem
é sempre longe demais
P' la janela mal fechada
Chega a hora do cansaço
Vai-se o tempo desfiando
em anéis de fumo baço
Dizes-me até amanhã
que tem de ser, que te vais
porque o amanhã, sabes bem
é sempre longe demais
acendo mais um cigarro
invento mil ideais
só que amanhã sei-o bem
é sempre longe demais
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Recuso-me a ver
Isto de ser mãe é tão doce e tão amargo, que não há sabor culinário que se assemelhe..
Isto de ser mãe torna-nos mais humanos e mais sensíveis, mais frágeis para algumas coisas.
Desde que o António surgiu na minha vida deixei de ser impermeável a determinadas situações.
Ontem estava a ver um documentário na RTP2 sobre o Templo do Povo, uma seita religiosa dos anos 60/70 que existia nos EUA que teve um fim trágico- suícidio colectivo de 900 pessoas - e dei por mim a desligar a televisão quando na parte final começaram a mostrar imagens arrepiantes de filhos a serem arrancados dos braços dos pais... Não sei como acabou, não quis/consegui ver..
Where is she?
Já há meses que não a vejo no elevador com os seus profundos e assustadores olhos azuis e a sua cabeleira branca que arrepiava qualquer criançinha..
Onde estará a D.Carla?
Alguém a viu por aí?
O Banho - parte II
No segundo dia e com mais confiança, houve tentativas de nadar crawl e bruços (desconfio que temos um Phelps português)... mas a banheira escorrega e volta e mais volta, a cambalhota estava eminente quando decidi acabar com a sessão e saír do meio aquático...
Hoje vou comprar um tapete para a banheira, está decidido.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
O Banho
Banheira, suporte, àgua a uma temperatura razoável (38º), esponja, espuma de banho, pato amarelo, toalha com capuz... tudo a postos para mais uma sessão de banho do António.
Ontem a aventura foi feita sózinha. Não seria a primeira vez. Mas normalmente o momento do banho é a três, porque o António não é um bébé sossegado e já pregou alguns sustos e engoliu alguns "pirolitos"...
Ontem foi diferente... Nada de sustos, mas muita acção... Tenho a sensação que ele decidiu demonstrar que adora o meio aquático e que giro giro é fazer bombas e ondas na banheira... Fixe fixe é dar aos pés e aos braços como se houvesse uma corrente eléctrica a atravessar-lhe o corpinho... e ainda por cima só com um dos grandes a controlar (eu neste caso) ainda melhor.
Conclusão, ontem a sessão de banho do António fez com que a WC lá de casa parecesse uma qualquer casa do Dafundo em dias de cheia... a àgua já saía para o corredor quando decidi agarrar no peixinho e levá-lo até ao quarto, para um meio mais seco e menos tentador.
Hoje vai para a banheira dos grandes e vamos ver se tem força nas perninhas e nos braçinhos para provocar outra cheia...
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Special request

É sexta-feira, estamos em Maio (quase finais) e está um tempo manhoso que irrita qualquer criatura ávida e sequiosa de fotossíntese.. Precisamos de sol caro São Pedro. Precisamos de praia e de mar... Não somos ingleses, nem alemães, nem suecos... somos tugas (alguns a dar para o moreno, eu nem por isso) e temos mesmo de ter sol nas nosssas vidas.. Sol, fim de semana, jola e camarão (tremoço tb pode ser). Não aguentamos mais esta vida cinzenta, este país sem rumo, não queremos ouvir mais casos Freeport, pressões nos magistrados, Milhões para o BPN, Autoeuropa na ruína, crise e desemprego... Será que não dá para perceber que só queremos sol e paz de espírito... se possível sem telejornais, sem debates Sic Notícias, só BabyChannel...
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Amígdalas amigas
Já foi antibiótico, já foram seringadas... e a dor não passa...
E agora??
O que falta fazer?
Tirar as amígdalas??
Quando era miúda lembro-me de um belo responso qe levei da minha mãe sobre um súbito (e estúpido) desejo de ser operada às amigdalas... As razões eram óbvias : muitos amiginhos tinham tirado, assim também não ia à escola, ia ser o centro das atenções e comia gelado como se não houvesse amanhã.... Estas razões não foram suficientes para encontrar o diagnóstico acertado e o que é certo é que as amígdalas continuam cá e a dar chatices, agora depois de velha... AGORA NÃO QUERO SER OPERADA!! Os meus amigos (que eu saiba) têem mais que fazer, já não ando na escola, jamais quero ser o centro das atenções e gelado não pode ser... o verão está ai!!
Amanhã logo se vê qual o próximo passo... otorrinolaringologista com ela..
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Love is Beautiful
Depois de tanta emoção, adormecer foi díficil (não é novidade), mas engrançado foi ver o sorriso malandro e sereno quando finalmente decidiu parar de trepar a cama e aterrou finalmente debaixo dos lençóis rodeado de chupetas e bonecos de plástico que aparecem vindos não sei bem de onde...
O amor é lindo.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Dormência
Bolas.
Deixem-me dormir... Posso?? Apetece-me deitar a cabeça aqui mesmo nesta secretária e fechar a pestana...zzzzzzzzzzzzzzzzz
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Family Car

Mudei de Carro.
10 anos de MZ vermelho (o novo tornou-se o velho pólo)... cheios de histórias, pessoas, músicas, muitas músicas para cantar...
Foi uma decisão ponderada e algo díficil de tomar...
O pólo tinha 3 portas, era ligeiro e fácil de arrumar... tinha tudo o que era preciso... não gastava muito e andava o suficiente para uma "não-acelera" como eu... e era MEU há 10 anos.. Esta é parte emocional a falar, ainda por cima de alguém que liga pouco À parte material das coisas... Veio o António e as cadeiras do António, ovos e cadeiras-auto com necessidade de cintos de segurança compridos e espaço para arrumar na bagageira... Veio o António e eu apercebi-me com alguma dificuldade que agora é mesmo a sério... sou mãe de família, já não sou uma miúda que pode andar com um pólo velhote (normalmente com as revisões em atraso e muitas, muitas vezes na reserva...), mas teria de pensar em comprar um carro com mais espaço, mais seguro, com ar condicionado, enfim... um carro de família :)...
E assim foi. O escolhido foi a carrinha Skoda Fabia Break. Barata e simplesmente esperta (simpl clever como diz o anúncio...)... Tem espaço, é segura e económica e pronto...
O MZ continuará em família... Não consegui desfazer-me dele... Fica para o meu irmão se algum dia ele quiser tirar a carta...Se ele nunca quiser, ficará na garagem dos meus pais (porque na minha não cabe) e pode ser que um dia ainda dê para o António ir com os amigos fazer uma surftrip à costa alentejana... We never know.
O HN (family car) tem rádio com leitor de CD's e tb dá para MP3... mas confesso que não perdi o vício do rádiozapping... é mais forte que eu... O My Car Songs continua a fazer todo o sentido existir, porque o espírito do MZ continua bem vivo no family car... e que dure pelo menos 10 anos, assim espero.
terça-feira, 31 de março de 2009
Living in Lisbon

Viver em Lisboa nem sempre é sinónimo de qualidade de vida. Viver e comprar casa em Lisboa pressupõe que quem faça esta escolha tenha consciência do verdadeiro caminho das pedras que vai ter de percorrer para encontrar uma habitação habitável (passo a expressão), longe do barulho estridente das ruas com mais tráfego (e quando falo em tráfego sei do que falo, autocarros, ambulâncias e demais veículos que circulam dia e noite...), se possível evitando as proximidades com bairros sociais e afins...e a um preço acessível, sendo esta parte o verdadeiro desafio...
É com alguma tristeza que assisto à degradação da grande maioria dos prédios no centro de Lisboa, onde podiam habitar (em vez de pombos, ratazanas, ratos e seus familiares), pessoas novas, jovens, pessoas mais ou menos novas... pessoas com "Bom Feeling" que gostam de varandas com flores e gaiolas giras com canários e piriquitos...que apreciam a vida citadina, sem esqueçer os espaços verdes que ela pode oferecer... pessoas que gostam de trilhar tudo a pé, ir ao café da esquina, comprar o jornal, o pão, a fruta e tudo o que é comprável na rua, sem ter de meter um pé nessa doença dos nossos dias tão suburbana, tão comercial, tão grandiosamente pequenina que são a Shoppollândia (vem de shopping para quem não entender...)... Quem gosta de viver em Lisboa como eu, sabe como é bom não ter de atravessar o IC19/A5/PONTES em todos os finais de dia das suas vidas, sabe como é bom atravessar a Av.da Liberdade a pé, subir o Chiado, apanhar o Metro e voltar a casa sem trânsito...
Não encontrei (ainda) o sítio ideal para viver... Não tenho varandas com flores, gaiolas também não... A casa não foi barata e sim, tenho um bairro social bem perto... Vivo no centro da Lisboa, perto de tudo o que a cidade pode oferecer... com tudo o q tem de bom e de mau. Gostava que a tendência se invertesse e fosse mais fácil viver em Lisboa...para o bem de todos os que amam esta cidade como eu.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Sou uma foca
Só sei que no mundo louco das mulheres bikini com pneu não combina... e por mais que se tente disfarçar com lenços, pareos e afins... o michelin acaba sempre por saír e mostrar ao mundo o que menos queremos...
Este mundo louco das mulheres faz-me acreditar que jamais em tempo algum haverá uma só mulher plenamente satisfeita com o que tem... há sempre qualquer coisa que não está bem... ou é a banha, ou é casca de laranja, ou é o papo no olho esquerdo, ou é o pelo da axila, blá blá... A loucura se nos deixarmos levar por tudo isto e quantas mais mulheres existirem à nossa volta pior... Esta demanda pela perfeição (inantingível) é altamente contagiante.. diria mesmo que nos leva à demência se não tivermos algum cuidado...
Importante, importante (além de amarmos alguém) é gostarmos de nós, sentirmo-nos bem (tal e quel o anuncio do Matinal) com o que temos e se assim não for tentarmos qualquer coisa para mudar... Nem que seja beber uma garrafa de 1,5 lt de agua com cor de xixi todos os dias, só para começar... A população dos pólo sul agradeçe... pelos vistos querem-se focas brancas e lindas nas praias portuguesas :)
sexta-feira, 20 de março de 2009
As good vibes do Jason

Para quem julga que este senhor de chapéu pode ser comparado com os chamados surfistas-cantores como o Jack Johnson, Donovan entre outros... que fique registado.... comparável só mesmo no surf, que pelos vistos fez questão de fazer em mares portugueses, ali para os lados da Caparica... Não há comparação possível...
E como por vezes as palavras não conseguem descrever a autenticidade das sensações... não vou abusar das ditas e apenas quero dizer uma ao concerto esgotado a que assisti ontem no Campo Pequeno: ESPECTACULAR!!!
quarta-feira, 18 de março de 2009
Os Carreirismos da Vida
A malta carreirista que me perdoe, mas o meu nome não me dá bilhete de acesso directo ao vosso clube... mesmo que o valor da inscrição seja for free, eu não quero entrar, ok? E se um dia, daqui a muitos anos, me encontrarem sentada numa esplanada qualquer a beber um belo batido de manga, felicitem-me!!! Dêem-me os parabéns pela minha VIDA! por ter TEMPO! não por ter aparecido na capa da EXAME ou da Executive's Digest, mas por SABER VIVER!
quarta-feira, 11 de março de 2009
Primavera e a arte das nails
Jurei a mim própria não falar neste tema que me apoquenta, até ter o meu "caso" resolvido. Tenho uma leve questão que não sei se tem resposta, mas... descobri há pouco tempo que existe um sub-mundo verdadeiramente interessante que desconhecia... o mundo das "nails".. ou unhas de gel, como queiram... Acreditem que o primeiro contacto que tive com este tema era uma perfeita leiga no assunto e julguei, à primeira vista, que a pessoa que as envergava era uma uma espécie de fenómeno artístico... Como era possível envergar tal tamanho de unha, ter uma palete de cores e padrões desenhados na dita, teclar ao computador, teclar no telemóvel, teclar o código de multibanco... isto tudo sem se enganar, nem que fosse pela confusão de cores que as ditas unhas reflectiam, já para não falar do tamanho... Descobri também que existem catálogos, sim catálogos, revistas da especialidade que vendem os padrões, as cores, as texturas (será?)... fiquei fascinada com esta descoberta... E parece que tudo isto me persegue, até porque não é a primeira vez que fico na expectativa que a sra que está na caixa do supermercado se engane quando está a registar o valor da conta no aparelho multibanco, isto porque tem umas garras coladas nas suas desgraçadas unhas carcomidas e sem querer até pode marcar 20 em vez de 30... nunca sabemos qunado podemos ganhar com a situação...
Sempre tive pavor de unhas grandes... E corri sérios riscos de ficar sem uma delas por ter a mania que curtinhas é que é... Sem entrar em grandes pormenores e resumindo que "ia ficando sem uma unha...snif .. snif..", percebi que para minha salvação devia deixar de lado o corta-unhas e a sede de podá-las... Agora e porque quero ficar com elas todas, olho para as minhas unhas como peças de arte a moldar com muito amor e carinho... Obviamente que não me tornei assídua dos corners das nails que proliferam em cada esquina pelo nosso país fora...mas passei a respeitar muito mais este submundo, acreditem...
E só falo nisto porque já tenho o meu "caso" resolvido...
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
e assim se passam sete meses
Assim como não quis tornar este espaço num diário da gravidez, também não quis torná-lo num guia para recém-mãmãs... até pq não iria ter tempo para isso. Para quem pensa que licença de maternidade é igual a férias...desengane-se. É um emprego 24 horas por dia, 7 dias por semana sem folgas e isto principalmente e quase exclusivamente para as mães!
E depois de 7 meses sem aparecer por aqui, que tenho eu para contar? Muita coisa.
A minha vida deu uma bela duma cambalhota. Está tudo diferente. Há brinquedos espalhados por todas as divisões da casa, fraldas, parques, esprigaçadeiras...bolas e bonecos das mais variadas cores e feitios... Acho que há mais brinquedos em minha casa do que mobília propriamente dita.. Neste momento há uma ditadura e deixo de haver anarquia. O António nasceu e sem preciso existirem eleições, passou a comandar a minha vida... Mais ou menos isto..
No principio foi mais duro do que eu esperava... com a falta de horas de sono... Muito tempo a dormir pouco mais de 4 a 5 horas... com muitos breaks pelo meio, muita cólica, muito choro indefinido (deviam arranjar um aparelho que traduzisse o choro do bébé para algo mais concreto), muitas fraldas, muita confusão, muita opinião... Enfim os maçaricos dos "pais pela primeira vez tiveram as ajudas todas, com o que isso tem de bom e de terrível... Principalmente porque se tem aquela sensação que deixamos de ter o "nosso" espaço e tudo vem para ver o bébé, para dar opinião, para ajudar e para sobretudo opinar.. Dá jeito nalgumas situações, mas em dias mais complicados só atrapalha...
Agora com uma certa distância temporal desses primeiros tempos, sei que quando houver uma próxima vez, talvez seja tudo diferente... porque os pais já não são maçaricos e já não têem de levar com tantas opiniões, será?
E em sete meses aquilo que aprendemos é para o resto da vida... Principalmente o que eles (ditadores), ou melhor os bébés, nos ensinam...
A melhor coisa para mim é voltar a brincar sem vergonhas... Fazemos figuras de parvos, sem dúvida... Aos olhos de quem passa por mim na rua e me vê a falar com o meu bébé de 7 meses sobre assuntos fantásticos como Piu-Piu-Piu e o Miau-Fru-Fru, obviamente que pensa "lá vai mais uma doidinha que só tem olhos para o bébé"... Mas isto é do melhor que há... Não há nada mais relaxante do que chegar a casa, depois de um dia de trabalho cinzento chato, pegar num dos muitos bonecos espalhados pelo chão da sala e arrancar uma gargalhada deliciosa ao nosso ditador...Depois da brincadeira, vem o mimo e depois do mimo vem o sono e com 7 meses, ele já me dá a extraordinária felicidade de dormir uma noite inteira, sem breaks... e isso, agora e mais do que nunca, tem um valor incalculável, como nunca pensei que poderia ter.